sexta-feira, 12 de novembro de 2010

A SÉTIMA ARTE NAS ESCOLAS DO RECÔNCAVO

Desde 1971, pela Lei 5692, a disciplina Educação Artística torna-se parte dos currículos escolares. A partir dessa perspectiva existem algumas iniciativas notáveis de inclusão da arte no currículo com o intuito de contribuir para a formação estética e intelectual de crianças e jovens. Deste modo, foi criado há três anos um projeto inédito no Brasil com este objetivo: é o PROJETO LANTERNINHA- CINEMA E EDUCAÇÃO EM MOVIMENTO. Presente em escolas de dois municípios do Recôncavo baiano (Colégio Aurelino Mário em Cachoeira e Colégio Edvaldo Machado Boaventura em Santo Amaro) o Projeto Lanterninha realiza atividades de exibição de filmes quinzenalmente com o objetivo de formar platéia para o cinema nacional e posteriormente criar cineclubes nestas escolas. 

 Foto: Débora Paes

Projeto Lanterninha

Este projeto foi idealizado por Maria Carolina, profissional de cinema há dez anos, que conta que pensou em criar o Lanterninha, a partir de uma experiência cinematográfica com o filme “Pro dia nascer feliz”, de João Jardim. Ela diz que quis traduzir essa experiência na criação desse projeto. Maria Carolina, afirma que conta com uma equipe de pedagogos, comunicadores, psicólogos entre outros profissionais que, de alguma forma, estão ligados ao cinema e acreditam que a prática de leitura fílmica na escola pode ser uma forma lúdica, estética e muito eficaz de educar o olhar e  trabalhar os conteúdos curriculares com alunos de escolas públicas.
 
A experiência do Lanterninha  começou nas escolas de Salvador e continua  devido ao seus resultados – Hoje o projeto conta com oito cineclubes formados em escolas da rede estadual –Como conta Daiane Silva coordenadora pedagógica do projeto:
 
 “Acho que tem dado certo. Porque está sendo construído num diálogo permanente com a escola, com os professores, com os alunos, nós estamos tendo muito cuidado quanto aos filmes que escolhemos pra exibir, prestando atenção no perfil dos meninos e na demanda da escola. As dificuldades encontradas têm a ver com uma dinâmica institucional que possibilita uma atuação mais eficiente ou não do projeto. O lanterninha atrai os espectadores para os filmes e levam os educadores a fazerem uma reflexão sobre a educação.”
 
Clissio Santana monitor do Lanterninha reflete: “Eu acho que o lanterninha aqui no recôncavo propõe a formação do olhar à partir do cinema...de outro tipo de cinema, que não o da Globo, nem o comercial.O que gera momentos de rejeição e alguns momentos de acolhimento. Aqui tiveram momentos muito produtivos e  rolou a discussão tiveram altos e baixos mas, quando um menino rejeita um filme e acolhe outro ele já esta formando um olhar critico. O lanterninha trabalha no limite, sempre tenta somar e encontra muitas dificuldades mas isso é típico da educação brasileira é  o sistema educacional.”
 
A professora Alessandra completa: “o projeto em si é muito bom! encontramos alguma resistência porque alguns alunos não gostam ou não tem uma cultura voltada para filmes. Em contrapartida outros alunos se interessaram e me perguntavam: que dia o lanterninha vem? e também gostaram  dos debates.O projeto resgata o valor de assistir a  um filme e trocar  experiências”
Patrocinador
 
O Projeto Lanterninha é patrocinado pela Oi através do Programa de Fomento à cultura do Governo do Estado da Bahia, o Fazcultura. Contam ainda com o apoio da Oi Futuro e do IAT – Instituto Anísio Teixeira, órgão especial da Secretaria de Educação do Governo do Estado da Bahia e da Fundação Cultural do Estado da Bahia, através da DIMAS e da Sala Walter da Silveira. Muito embora o projeto já tenha reconhecimento e alcançado sucesso, Carolina afirma que infelizmente ainda não tem o apoio da Secretaria de Educação, mas a iniciativa segue firme enquanto o apoio não vem.
 
Programação
 
Os filmes exibidos nos colégios Aurelino Mário e Edivaldo Machado Boaventura foram: Pro Dia Nascer Feliz, de João Jardim; A Máquina, de João Falcão; Meninas, de Sandra Werneck, Saneamento Básico, de Jorge Furtado; Narradores de Javé, de Elianne Café; Bicho de 07 Cabeças, de Laís Bodanzky; Besouro de João Daniel Tikhomiroff, além dos curtas-metragens baianos: 10 Centavos, de César Fernando de Oliveira e Carreto, de Cláudio Marques e Marília Hughes. O projeto também marcou presença no primeiro Festival de Documentários de Cachoeira o Cachoeira Doc.
 
Prêmio:
 
O projeto Lanterninha está concorrendo ao prêmio Cultura Viva. A terceira edição do Prêmio Cultura Viva obteve 1.794 inscrições, oriundas de cerca de 750 municípios brasileiros. E o Lanterninha encontra-se entre os 40 finalistas.
                                                                                        Daiane Santiago

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