sábado, 11 de dezembro de 2010

Vem chegando o verão e com ele os primeiros alertas para a sua saúde

Feira de Santana é uma das cidades mais quentes da Bahia, está localizada no interior do Estado variação da temperatura é muito alta fazendo com que durante o dia as temperaturas sejam elevadas e a noite estas tendem a cair bruscamente, pelo menos era o que antes se sentia!

Ainda não estamos no verão propriamente dito, mas a sensação que os feirenses têm é que estão em uma fornalha a mais de mil graus. Segundo o depoimento de Ângela Maria, enfermeira de 48 anos que diz passar mal com as altas temperaturas que a cidade vem enfrentando nesse período: “Não consigo dormir direito durante a noite. Meu corpo fica pesado. Minha disposição vai para o espaço sem contar o mal estar que sinto durante esse período”.

A temperatura está girando em torno de 30° a 35°C, mas a sensação térmica chega a ser de 40°C. Os postos de saúde já começam a ter os atendimentos quase que duplicados devido às complicações da temperatura decorrentes da estação que ainda não começou. Um dos maiores problemas registrados nessa época são os respiratórios, picos na pressão e desmaios, afirma a enfermeira Ângela Maria.

Por isso os médicos alertam: Evitar exposição solar entre as 10 e 16 horas. Os exercícios físicos só devem ser praticados a partir das 17 horas que é o momento em os raios solares são menos intensos. Deve-se beber muito líquido principalmente água e é claro usar o protetor solar.

Atenção: Não é só os seres humanos que sofrem com o calor intenso. Os animais também penam nesse período por isso procure passear com o seu bichinho de estimação no final da tarde. Mantenha uma bacia de água fresca disponível e observar alterações que são decorrentes nos animais como cansaço. Se algo de diferente estiver acontecendo com o seu bichinho procure um veterinário o quanto antes. É comum a morte de animais domésticos nesse período, explica a veterinária Leilane Nunes.

Thaise Brito

Aumento das lojas de roupa de dez reais

É fácil estar na moda, se sentir bela ou belo pagando pouco. Uma prova disso é a crescente expansão das lojas de confecção que vendem a sua peças a preços muito baratos, na cidade de Feira de Santana.

A peça mais cara chega a custar no máximo R$25,00 os preços variam muito. Um vestido, por exemplo, pode custar de R$ 10 a R$ 20 reais. E para quem pensa que o material é ruim, de quinta categoria engana-se completamente além de serem baratos e acessíveis a toda a população as peças possuem uma qualidade razoável podendo ser usadas nas mais diversas ocasiões.

Se for comparado um vestido cuja estampa e o modelo sejam parecidos com o de outra loja mais conhecida a variação de preços entre os dois é discrepante. Foram comparados dois vestidos com a mesma estampa, mas só os modelos os diferenciavam ambos eram longos revestidos com forro. Mas um vestido custava em torno de R$ 70 reais o outro visto na loja de confecção popular custava R$ 20 reais.

O crescimento deste tipo de confecção barata em Feira de Santana é percebido principalmente na Rua Marechal Deodoro, uma das mais movimentadas da cidade, onde podem ser encontradas de 10 e 15 lojas com este tipo de produto. Todas cheias de clientes, a maioria mulheres. Uma delas é Tatiane Carvalho, 31 anos, que adora se sentir bonita, sem gastar muito diz: “Gosto de me sentir bonita com roupas novas, afinal que mulher não gosta né? (risos). Além de estar linda, posso comprar várias peças sem gastar muito, o que é o principal!”

Essa é uma das explicações encontradas para a aceitação tão rápida do público que não cansa de inovar em seus looks. O fato é que para estar na moda não precisa necessariamente gastar rios de dinheiro basta ter bom gosto e criatividade. Afinal a moda é você quem faz.

Thaise Brito

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

ACARAJÉ É FONTE DE RENDA E AUXÍLIO DE ESTUDO: DA TRADIÇÃO FAMILIAR A INSERÇÃO NA UNIVERSIDADE


A cidade de Cachoeira é bastante conhecida por sua identidade cultural e histórica e sua arquitetura barroca com suas igrejas que fazem da cidade um dos principais roteiros turísticos do estado. Por se tratar de uma região onde a presença dos africanos era muito grande em decorrência do período escravista, desenvolveu-se no município uma enorme diversidade de cultura popular. Essa diversidade se encontra mais presente no sincretismo religioso e também na culinária. Um exemplo disso é a banca de Dona Matilde, o mais antigo ponto de venda de acarajé de Cachoeira, existente há 62 anos, tradição familiar passada para filhos e sobrinhos que deram continuidade ao trabalho.
 
Zezé é uma das sobrinhas de Dona Matilde. Com 52 anos de idade, ela já trabalha na banca de acarajé há aproximadamente 22 anos, tem três filhos com idades entre 25 e 28 anos, sendo todos estes casados. ”O ponto existe há 62 anos, mas eu estou aqui 22 anos quem começou o ponto foi minha tia, o nome dela era Matilde. Se você perguntasse quem era Matilde do Acarajé todo mundo sabia quem era” diz Zezé.
 
Luzivalda, prima de Zezé, é considerada a responsável pelo ponto na ausência da tia já falecida, mas cada um desempenha uma função específica dentro da produção do acarajé “Cada um tem uma função, eu venho fritar, faço o abará, mas quem faz a massa do acarajé é meu primo, que pega no mais pesado”.
 
Acarajé: fonte de subsistência


 
Dessa iguaria tipicamente baiana Zezé disse que sustenta três famílias somente com a renda oriunda da venda do acarajé. Outro fato também exposto por ela é que seus filhos foram todos criados e seus estudos foram mantidos através desse trabalho, ou seja, a venda do acarajé possibilitou não só o sustento físico deles, mas também auxiliou o ingresso na vida acadêmica.
 
“Não temos outra renda, só com a renda do acarajé sustentamos praticamente três famílias, nos empenhamos a fazer isso, eu criei meus filhos, já fizeram faculdade estão trabalhando e tudo com o acarajé. Até porque não dava pra fazer o acarajé e trabalhar em outro lugar, aí a gente se dedicou a isso mesmo”, afirma.
 
Em conversa, Zezé explica como aprendeu a fazer o acarajé. Tudo se deu com a sua tia Matilde que nas suas palavras era uma mulher simples moradora da zona rural. Devido à época em que Dona Matilde vivia, o acarajé era feito na pedra “Hoje tudo é a motor, mas antes era na pedra, daí passou pro moinho e hoje já faz por eletricidade” conta ela com certa euforia.
 
Construindo um futuro
 
Quando perguntada se a sua família (sobrinhos, filhos) pretende estudar na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) ela disse que sim. Tanto que um sobrinho seu cursa História no Centro de Artes Humanidades e Letras (CAHL) e o seu filho também é formado pela mesma instituição, sendo que este cursou Ciências Contábeis na sede da universidade em de Cruz das Almas.
 
Ela ainda conta que como muitas meninas de sua época, começou a trabalhar muito cedo para ajudar no sustento de casa “Comecei a trabalhar com a acarajé bem mocinha, desde pequena eu já ajudava a catar feijão porque antigamente a gente comprava ele inteiro e depois triturava.”
 
Assim umas das comidas típicas da Bahia mais conhecida e apreciada em nosso país, o acarajé serve não só para enriquecer o paladar dos baianos e turistas, mas também como fonte de renda capaz de modificar a vida de toda uma família, trazendo o ensino superior para uma realidade mais próxima, fazendo assim quem sabe, com que as desigualdades de classe, renda e etnia se tornem mais estáveis entre os cidadãos brasileiros.
 
“Gosto de trabalhar com acarajé, é como minha tia dizia: ‘Se você não fizer uma coisa com amor não adianta’. Eu tô aqui todos os dias, que chova ou que faça sol. Isso era uma coisa que ela mais dizia pra gente. Eu procuro fazer com carinho, com higiene, com amor, com dedicação. Até hoje eu sou viciada em comer acarajé e todo mundo me pergunta ‘Não enjoa, não?’ E tem como enjoar?”   
 
    Sheila Barretto e Thaise Brito

CAOS NOS BANHEIROS DO CAHL

 Os banheiros do CAHL – Centro de Artes, Humaniddes e Letras - da UFRB apresentam situação caótica, apesar de o prédio ser novo. Inaugurado no dia 25 de maio de 2009, o Quarteirão Leite Alves já apresenta alguns sinais de depredação, como pichações nas paredes e a situação lamentável dos banheiros.
O prédio do CAHL possui quatro banheiros para os estudantes, sendo dois masculinos e dois femininos em ambos os andares. No banheiro feminino do andar térreo, dos cinco boxes, dois estão sem as portas, além de contar com uma péssima iluminação. No primeiro andar, o banheiro utilizado pelas mulheres é limpo e bem iluminado, mas a porta de um dos boxes já foi arrancada e a porta do boxe para deficientes físicos passou algumas semanas com parte de cima solta e agora esta já foi retirada, o que não se explica, já que os estudantes deficientes não têm acesso ao andar superior. Já o banheiro masculino deste andar está interditado há vários meses devido a um entupimento.

Caos virtual


Os banheiros não são os únicos locais a apresentar problemas no CAHL, os alunos também enfrentam dificuldades no laboratório de informática. Os computadores são lentos devido à quantidade de arquivos salvos e cada vez que um usuário precisa utilizar pen drives, estes são automaticamente infectados por vírus, causando muitos transtornos, como a perda de documentos salvos nestes aparelhos. O mesmo acontece com os poucos computadores da biblioteca.
Aparentemente as máquinas não são formatadas semanalmente como acontece no laboratório de comunicação.


Sheila Barretto

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

INFORMAÇÕES IMPORTANTES SOBRE O FUNCIONAMENTO DA UNIVERSIDADE

A Universidade Federal do Recôncavo da Bahia – UFRB foi criada pela Lei 11.151 de 29 de Julho de 2005. A instituição é fruto do desmembramento da Escola de Agronomia da Universidade Federal da Bahia, situada na cidade de Cruz das Almas. Com seu modelo multicampi, a UFRB foi instalada nos Municípios de Santo Antônio de Jesus, Amargosa e Cachoeira. Como tem que ser em todas as instituições de ensino, a UFRB conta com um verdadeiro time de profissionais que agiliza, cada um em sua área, os processos necessários para o seu funcionamento.
O núcleo de qualquer instituição de ensino superior é a reitoria. No caso da UFRB, é composta pelo Reitor Paulo Gabriel Soledade Nacif,  pelo Vice- Reitor Sílvio Luiz de Oliveira Soglia, e  sete Pró-Reitorias. Rosilda Santana dos Santos é a responsável pela Pró-Reitoria de Administração; Maria Inês Almeida de Oliveira Pinto pela de Gestão de Pessoal; Dinalva Melo do Nascimento, da de Graduação. A Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação fica cargo de Carlos Alfredo Lopes de Carvalho. Warli Anjos de Souza é Pró-Reitor de Planejamento; Aelson Silva de Almeida é de Extensão. Por fim, a Pró-Reitoria de Políticas Afirmativas e Assuntos Estudantis, liderada pela Pró-Reitora Rita de Cássia Dias Pereira de Jesus.

O Campus de Cachoeira, mais conhecido como CAHL – Centro de Artes, Humanidades e Letras, funciona no Quarteirão Leite Alves, e também conta com setores essenciais para seu andamento. A direção é representada pelo Dr. Xavier Vatin e seu vice Dr. André Itaparica. O CAHL, como deve ser toda faculdade, está firmada no tripé Ensino, Pesquisa e Extensão. A professora Lúcia Maria Aquino de Queiroz fica à frente da Gestão de Ensino; Rachel Neuberger da Gestão de Extensão. Já a Gestão de Pesquisa é conduzida pelo professor Wilson Penteado.

Um dos setores mais importantes do CAHL é o Núcleo Acadêmico - NUAC. Segundo Kelly Grazielly da Silva Siqueira e Cerqueira, chefe do núcleo, ele tem como objetivo atender aos acadêmicos que necessitam de serviços e apoios específicos e apoiar as atividades de Ensino, Pesquisa e Extensão. A importância desse núcleo é tão evidente, que nele está concentrado outros setores, como, por exemplo, as Assessorias dos Colegiados. No total, o Núcleo Acadêmico tem nove funcionários, seis Assessores de Colegiados e dos Gestores de Ensino, Pesquisa e Extensão, e três nos atendimentos externo e interno.

È  obrigação do NUAC digitar documentos; emitir documentos para alunos e ex-alunos; manter comunicação com professores e alunos através de e-mail; organizar o arquivo de documentos acadêmicos intermediários e correntes; atender aos docentes, alunos e ex-alunos em relação às questões específicas das atividades acadêmicas; apoiar as eleições para cargos da área acadêmica; acompanhar a renovação e finalização dos contratos dos professores.

Kelly Cerqueira frisa a estreita relação entre o núcleo e os colegiados. Junto com o coordenador de colegiado, o NUAC realiza o planejamento acadêmico; controla os documentos acadêmicos que tramitam não só nos colegiados, mas em todo o Centro; apóia a realização da matrícula de alunos de graduação e de pós-graduação; emite e organiza as cadernetas; convoca professores e alunos para participação de reuniões.

O Núcleo Acadêmico funciona externamente das 08h00min as 17h00min, e internamente das 08h30min  às 16h30min. A chefe do núcleo acredita que o bom funcionamento desse setor é essencial para que as atividades acadêmicas do Centro sejam efetivas e eficazes.

Aline Sampaio

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

ATUAÇÃO DO ARQUIVO DE SÃO FÉLIZ NA PRESERVAÇÃO DE SUA HISTÓRIA


O Arquivo Municipal de São Félix, inaugurado em 25 de outubro de 2003 no espaço onde antes funcionava o prédio da biblioteca, conta com uma diversidade de documentos a exemplo de revistas, jornais, fotos, entre outros que retratam a História de São Félix.

Segundo Irio dos Santos Ribeiro e Óseas Fernando Oliveira de Souza, ambos os funcionários do Arquivo Municipal, a maioria das pessoas que chegam ao local vão em busca de informações sobre a cidade de São Félix e região e ainda ressaltam que ele é visitado tanto por brasileiros quanto por estrangeiros interessados.

Entre esses visitantes, destaca-se a presença de estudantes que buscam informações para pesquisas cientificas, assim como de professores e alunos que buscam compreender aspectos interessantes sobre a história e a cultura da região.

O arquivo conta com a preservação de jornais antigos como: o jornal Correio de São Félix, A Pátria, O Propulsor, A Tarde, O Guarani, Jornal do Recôncavo, entre outros.

Atualmente, o Arquivo municipal funciona em horário comercial de segunda a sexta-feira e conta uma exposição em homenagem ao dia da “Consciência Negra”. Essa exposição estará disposta para visitação até 28 de fevereiro de 2011 e é composta por diversas imagens que retratam a religiosidade, a cultura, a vida cotidiana do povo negro da região de São Félix.

A presença do Arquivo Municipal na cidade de São Félix é de extrema importância para a preservação da cultura local assim como para a pesquisa e divulgação da história que envolve toda a região do Recôncavo Baiano, constituindo um verdadeiro patrimônio para comunidade.
Jacson Caldas

SUBIDA DO BAHIA PARA A PRIMEIRA DIVISÃO OCASIONA MORTE E MUITA TRSITEZA A FEIRENSES

Até onde vai o amor de um torcedor pelo seu time de futebol? O Brasil é conhecido internacionalmente como o país do futebol, dos grandes craques, das grandes revelações. Mas só não é conhecido como o país em que mais pessoas morrem por causa deste evento.

Assim sendo, no último jogo entre o Bahia e a Portuguesa em que o time baiano decidiria a sua “subida” para a série A, Marivaldo dos Santos de, 53 anos morreu, na cidade de Feira de Santana, depois de ter passado mal por não suportar as emoções que o seu time lhe proporcionou.

As causas de sua morte ainda não foram reveladas. Não se sabe se ele sofreu um infarto agudo do miocárdio ou se sua morte foi provocada por um derrame. O fato é que logo que se sentiu mal Marivaldo foi levado, às pressas, pela sua família a uma policlínica que fica próxima a sua casa. O SAMU (Serviço de Atendimento Médico de Urgência) foi acionado o levou imediatamente para o hospital, no qual após passar dez dias na UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) não resistiu vindo a morrer no último dia 21/11/10, deixando mulher e dois filhos de 24 e 26 anos.

A ironia maior é que enquanto uns choram por, finalmente, verem o Bahia alcançar  a primeira divisão depois de tantos anos, outros choram por ter perdido um ente querido pelo mesmo motivo. Infelizmente, o senhor Marivaldo não será nem o primeiro nem a última a ser vítima desse fanatismo que toma conta de todos os brasileiros.

Thaise Brito


COZINHA AFRO BRASILEIRA: O DELICIOSO SABOR DO ACARAJÉ


O acarajé, especialidade gastronômica da cozinha afro-brasileira é  feito a partir do feijão-fradinho, cebola, sal e frito no azeite de dendê é um prato muito apreciado na cozinha baiana e pode ser servido com pimenta, salada, caruru e vatapá.

O acarajé é uma comida típica do ritual do orixá Iansã. Na África, é chamada de àkàrà, que significa bola de fogo, enquanto je tem como significado comer. No Brasil, houve uma junção dessas duas palavras em uma única, acarajé (comer bola de fogo).O prato recebeu esse nome devido ao seu preparo.

 Bolinho característico do candomblé, o acarajé é o principal atrativo de um tabuleiro. A sua origem poder ser explicada através de um mito que envolve a relação de Xangô com as suas esposas Iansã e Oxum. O bolinho é uma oferenda a esses orixás e é considerado pelas baianas como uma comida sagrada.

O acarajé, já se tornou até assunto do livro de Manuel Querino. A arte culinária na Bahia, de 1916. Na primeira descrição etnográfica do acarajé,ele diz que “no início, o feijão fradinho era ralado na pedra, de 50 cm de comprimento por 23 de largura, tendo cerca de 10 cm de altura. A face plana, em vez de lisa, era ligeiramente picada por canteiro, de modo a torná-la porosa ou crespa. Um rolo de forma cilíndrica, impelido para frente e para trás, sobre a pedra, na atitude de quem mói, triturava facilmente o milho, o feijão, o arroz".

Presente na culinária baiana desde o Brasil colonial o acarajé era vendido nas ruas,em tabuleiros,carragados pelas escravas.Atualmente o acarajé,é tido como um patrimônio cultural,tombado pelo IPHAN, assim como um alimento bastante apreciado por brasileiros e estrangeiros.

Jacson Caldas

CENTRO CULTURAL DANNEMANN DA PROCUÇÃO A ARTE: INFLUÊNCIA QUE ESTE EXERCE NA VIDA DO RECÔNCAVO

A cidade de São Félix é conhecida por sua tradição religiosa e por ser uma das cidades mais antigas da Bahia juntamente com a cidade de Cachoeira. Além de ter sido destaque nas lutas de mobilização social a favor da Independência Baiana, São Félix também é influenciada pelo desenvolvimento da indústria fumageira entre elas estão a Suerdieck e o Dannemann, fundada na segunda metade do século XIX pelo alemão Gerhard Dannemann, que ainda está em pleno funcionamento.

A mais antiga fábrica de charutos da Bahia mantém em São Félix o  Centro Cultural Dannemann, que tem como objetivo promover, palestras, exposições dos mais variados tipos (pinturas, esculturas) a produção artesanal de charutos e a cada dois anos a Bienal de Artes Plásticas do Recôncavo.

A minifábrica

Uma charuteira revelou que a indústria era sediada na cidade de Cruz das Almas e só depois ele veio para a cidade de São Félix. A produção dos charutos ainda é feita ainda maneira artesanal para preservar a cultura e os costumes, pois o Centro é muito procurado por turistas de todas as partes do mundo.
Devido a grande procura de turistas o Centro Cultural Dannemann oferece a sua equipe inclusive as charuteiras curso de inglês, com a finalidade de facilitar o diálogo entre quem tão bem a história da cidade e quem quer aprender sobre a mesma.

Influência social

A produção de charutos exerce na vida das pessoas da comunidade de São Félix uma influência bem considerável. Isso pode ser observado a partir da opinião dos empregados na indústria fumageira.Os motivos que levaram as mulheres a trabalharem como charuteiras no Dannemann são os mais variados, tradição familiar, procura de emprego, enfim mas para todas trabalhar no Centro Cultural é sempre um motivo de alegria.

A charuteira entrevistada contou que o seu primeiro contato com o fumo (planta) se deu entre seus oito, nove anos de idade devido a influência que sofreu da sua mãe que trabalhava nos armazéns de fumo. Ela disse ainda que têm todos os seus direitos garantidos como férias, décimo terceiro, a jornada de trabalho é de aproximadamente oito horas diárias com pausa de uma hora para o almoço.
Thaise Brito

terça-feira, 30 de novembro de 2010

VANESSA DA MATA ESTREIA SUA NOVA TURNÊ EM FEIRA

Pela quinta vez em Feira de Santana, Vanessa da Mata, uma das mais belas vozes da MPB, volta à cidade com o seu mais novo trabalho. No último dia 26, na casa de show Garage, estreando sua nova turnê pelo nordeste com o seu mais novo trabalho o álbum “Bicicletas, bolos e outras alegrias”, que confirma seu estilo musical eclético.

Com extrema simpatia e demonstrando grande intimidade com público feirense, mais uma vez a cantora dos cabelos “rebeldes” passa pela cidade e deixa gostinho de quero mais.

Iniciando o show com um dos seus maiores hits a música Amado, sucesso na novela Duas Caras da rede Globo, que até hoje embalando os corações apaixonados. Vanessa mostrou em duas horas de show, os seus novos sucessos como Bolsa de Grife, música que faz crítica ao consumismo e a aparência, e mesclou com outras músicas de outros cds – em conversa com público, que deixou claro não está afiado com as novas músicas, ela entendeu que o cd que ainda está chegando às lojas de todo o país, não teve tempo de chegar à cidade e por isso resolveu colocar músicas mais conhecidas-, demonstrando certo carinho pelo público que lota todas às vezes a casa. Cantou a música Ai, Ai, Ai mais tocada nas rádios em 2006 que fez ficar conhecida em todo o Brasil, levando todos ao delírio.

Encerrando seu show com a música de Renato Russo, Por Enquanto,quando o público mesmo esperou,pois já havia agradecido com sua banda, e teve o retorno de todos os presentes cantando numa só voz.

Maria Gabriela
Jacson Caldas

sábado, 27 de novembro de 2010

UNIVERSITÁRIOS CONCILIAM O ESTUDO COM SEUS CONHECIMENTOS RELIGIOSOS

Segundo os dados da arquidiocese de São Paulo, setenta e três por cento da população brasileira é adepta do catolicismo. Contudo, esse percentual vem caindo a cada ano, cerca de 600 mil fiéis deixam a igreja. Na última pesquisa oficial do assunto, em 19991, o IBGE- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas apontou que 83% dos brasileiros eram católicos. O protestantismo é a religião que mais cresceu desde os anos 60. Na pesquisa do IBGE, eram 12,6 milhões, aproximadamente 9% da população brasileira. O candomblé e a umbanda são as principais religiões afro-brasileiras. Eram 648,5 mil adeptos, 94% da população em 1991 passando 1,5% em 1999. O espiritismo reunia em 1991 1,6 milhões de seguidores, chegando a 2001, de acordo com a federação Espírita do Estado de São Paulo, a 4 milhões de seguidores.

Falar de religião não é fácil, pois essa discussão acaba entrando em terrenos mais pessoais como fé identidade a até mesmo cultura. O Brasil é conhecido por sua diversidade, o que é observado também no campo religioso. No CAHL não é diferente, com um total geral de alunos ativos de 1076, visível uma grande variedade também no que diz respeito à religião alunos que tentam conciliar seus conhecimentos religiosos com os adquiridos nos anos de estudo.


Palavra de Deus como centro


O estudante de história, Alfredo Pinto da Silva Junior, é católico, e afirma que sua religião tem como centro a palavra de Deus, a bíblia sagrada, e Jesus Cristo como único senhor e salvador, dando também, especial veneração a Maria, mãe de Jesus. Sua decisão de ser católico se deu por influência da mãe quando ainda era criança, mas, hoje, é uma opção pessoal, tanto é que agora considera mais católico que muitas pessoas em sua casa. Inclusive, assume muitas funções na religião: coordenador da pastoral da juventude e membro da Pastoral Universitária-PU.

Conta que já se sentiu discriminado, tanto por parte de alguns professores, quanto de estudantes que não respeitam a opção religiosa dos católicos e, até, das demais religiões. Percebe uma tentativa dos professores de mostrar uma determinada falsidade ou falta de credo da religião. Dessa intolerância religiosa demonstra o preconceito que muitas pessoas têm a respeito das crenças do outro. Diz respeitar a opção dos que se dizem ateu, porque assim como ele tem um ponto de vista e quer respeito, eles também merecem consideração, desde que haja um respeito mútuo.

Quanto aos estudos na faculdade, Alfredo acha que sua religião não atrapalha em nada, pois consegue manter sua identidade enquanto religioso, enquanto pessoa, e a competência, uma determinada imparcialidade na pesquisa científica e no respeito às convicções, crenças e ideologias diferentes e até contrárias às suas.


Coerência

Antonio Caldas, aluno de comunicação, é seguidor do espiritismo. Para ele, o espiritismo consiste basicamente na caridade humana, espiritual e material, além de acreditar que a reencarnação é a principal motivação para evolução humana, só através dela pode se reparar os erros de outras vidas. Não foi influenciado por ninguém a seguir essa religião, sua opção se deu por sentir-se bem e por lhe agradar. Mesmo freqüentando há pouco tempo, é assíduo, vai toda a semana. Encontrou no espiritismo a forma mais coerente para responder as questões espirituais.

Assim como Alfredo, Antonio também já se sentiu discriminado. Acredita que isso se dá por conta do preconceito da própria religião, por ser discriminada por pessoas que não têm conhecimento, devido à grande demanda do catolicismo. Essa religião já foi até nomeada como doutrina de louco, até por que o espiritismo não tem símbolo, e sim ícone, o que pode chocar pela interpretação bíblica. Entretanto, na Universidade não sofreu discriminação, pois não divulga sua opção, porém, diz que provavelmente sofreria, porque a Universidade é baseada nos conhecimentos científicos. Então quando a pessoa foge disso é conhecida como fraca em busca de salvação e que inventa um Deus.

Consegue conciliar muito bem os conhecimentos e os de sua religião, pois o espiritismo tem três pilares: filosofia, ciência e espiritismo, o que é benéfico para a compreensão de certos temas. As leituras do espiritismo são profundas e bem trabalhadas, por isso ajuda no seu desenvolvimento acadêmico, principalmente na prática da leitura. O espiritismo é uma religião sem dogmas, então não há tantos conflitos, ele consegue encontrar todas as respostas, até mesmo as cientificas, nos seus estudos, as questões são expostas de forma aberta, não fica preso aos símbolos, até porque o livre arbítrio é o centro para quem esta lá.


A fé como centro

Uma das representantes da religião evangélica no CAHL, Rosania Laranjeira da Silva. Vê sua religião como uma questão de fé, de experiência pessoal, mas, no geral, a definiria como um caminho de conhecer a Cristo. A religião evangélica, para ela, mostra a verdade bíblica de forma mais seria mais clara e dá a chance da pessoa interpretar e de usar a interpretação da bíblia. Mesmo não dando para dizer que não manipula, afinal de conta existem muitas discriminações, acha que a igreja evangélica não é tão manipuladora.

Decidiu ser evangélica lendo uma bíblia velha da avó. Depois de ter freqüentado o centro espírita, a igreja católica, umbanda. Nesse tempo, continuou lendo a bíblia, após visitar todas as igrejas evangélicas, escolheu uma para congregar. No mais, o que a fez ter certeza da existência de Deus e a influência dele em sua vida, foram às experiências pessoais com um Deus presente, não com um Deus distante como tinha aprendido. Aprendeu que Deus era de longe, mais ele é tão pai e tão amigo.

Nunca se sentiu discriminada, embora, nas aulas se condene a religião. Não acha certo professor fazer isso, pois em um país democrático, devemos respeitar todas as pessoas, também a religião. Por serem duas coisas bem diferentes, consegue conciliar os estudos e a religião. A fé está relacionada com o espiritual das pessoas embora muitas vezes essa manifestação seja neutralizada como, por exemplo, a cura, que era uma coisa extremamente pessoal, com reflexo de fé.

E a questão intelectual e o conhecimento não têm nada a ver com a inteligência de um ou de outro. Não tem dúvidas que as suas contribuições não vão interferir em nenhum conhecimento teórico e nem esse conhecimento em sua fé, em sua crença.


Raízes do candomblé


Já a aluna Luanda, aluna do terceiro semestre do curso de ciências sociais é adepta do candomblé. Diz que a sua religião consiste na centralidade africana e nos orixás. Escolheu seguir essa religião por opção própria. Não sofreu nenhuma influência por parte de seus familiares. Ressalta que procurava uma religião que tivesse a ver com sua história, o candomblé foi a que mais chegou próxima por ser uma religião africana.

Enfatiza que sofreu bastante preconceito na Universidade por parte dos alunos. Para ela, eles não gostam muito do candomblé devido à religião ser baseada na cultura africana e as pessoas praticantes, na sua grande maioria, serem negras. Acha isso bizarro, até mesmo porque a cidade de Cachoeira tem fortes raízes do candomblé e da cultura africana.

Na faculdade as manifestações em torno do candomblé se dão mais no campo cultural do que do espiritual, devido à grande massa de alunos católicos e evangélicos. Porém, está satisfeita no meio que esta e não se importa com os preconceitos. Diz que sua religião não atrapalha nos seus estudos, pelo contrario, ajuda principalmente nas aulas de antropologia.

Aline Sampaio
Marizangela de Sá

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

COMÉRCIO AMBULANTE É MEIO DE VIDA EM CACHOEIRA

O comércio em Cachoeira – BA está em desenvolvimento e se estendendo cada vez mais. A demanda de produtos é alta, pois com a chegada da Universidade e com a contínua visita de turistas, é necessário que esses produtos sejam suficientes para suprir a todos. Existem alguns supermercados e mercadinhos por toda a cidade, mas é impossível andar pelas ruas e não encontrar vários vendedores ambulantes. Vendem dos mais diversos tipos de produtos, desde CD’s piratas a doces caseiros.

Os ambulantes dividem espaço com os pedestres e carros, entre calçadas estreitas e ruas, tentando, de alguma forma, conquistar algum espaço onde possam colocar seus materiais de trabalho e se fixar por um tempo para conseguir algum dinheiro. Afinal, com o alto índice de desemprego, a única alternativa para essas pessoas foi recorrer ao trabalho ilegal.

A maioria dessas pessoas tem como renda apenas o que tiram durante o dia para sustentar a família, a casa. Vê-se nessa situação a Marta Santana, 38 anos, que tem uma barraca de doces caseiros e artesanais na Rua Prisco Paraíso, no Centro de Cachoeira. Marta e seu marido trabalham há mais de 20 anos apenas nessa barraca, que é de onde sai todo o sustento da casa. 



História


Há mais ou menos 20 anos, quando Marta conheceu seu marido, resolveram se juntar, mas não tinham nenhuma renda, e nem onde morar. Como a família dele já trabalhava como barraqueiros, decidiram então, montar uma barraca, que antes era na frente do Mercado, mas hoje se situa no centro.

Vendendo doces, o casal conseguiu construir a sua casa própria e criar os cinco filhos, que quando não estão estudando, ajudam na manutenção da barraca. Marta não tem graduação, nem nenhum curso técnico, mas conseguiu terminar o Ensino Médio. Tem noção da importância dos estudos na vida das pessoas, por isso, incentiva seus filhos a estudarem, para que no futuro não precisem continuar o trabalho da mãe; que consigam entrar em alguma faculdade e, posteriormente, arrumarem um emprego e possuírem um estilo de vida melhor.

Marta sempre trabalhou muito, desde pequena ajudava a mãe em casa e nunca viu de forma negativa que a mulher trabalhe. “As pessoas nunca me desrespeitaram, sempre viram com bons olhos o meu trabalho”, confirma Marta, que diz nunca ter sofrido nenhum preconceito na barraca, desde que exerce essa função, já que é mulher e ajuda a sustentar a casa. Pelo fato de ter ajudado desde nova sua família, não se imagina fazendo outra coisa que não seja trabalhar. “Não me sentiria bem vendo meu marido trabalhar e não fazer nada. Me orgulho de poder trabalhar e contribuir com o rendimento familiar”.

 “Eu e meu marido nos mantemos da barraca já tem muito tempo. A barraca nos dá uma estabilidade. Minha vida toda é isso, eu não trabalho em outra coisa. Meu esposo sempre trabalhou aqui, mas hoje está trabalhando em uma firma. Nas folgas, finais de semana e feriados ele trabalha vendendo os frios, como água, refrigerantes e cerveja nos ônibus”.

Por ser um pequeno negócio, sua demanda fica desfavorecida pela grande variedade dos supermercados, a maioria das vezes as pessoas preferem comprar nos lugares maiores a comprar na barraca. “Mas mesmo assim, tenho minha clientela, trato bem todo mundo, converso, tenho carisma. Tenho uns clientes fixos, e isso gera um ciclo de vendas suficiente para manter o sustento da família”, diz Marta sobre como sua relação com seus fregueses. Marta e sua família nunca pensaram em abrir mão do negócio. Vivem desse trabalho e se vincularam a esse modo de vida. Acostumaram-se com a condição e tentam fazer o melhor que podem para angariar mais clientes e poder melhorar um pouco a instalação da barraca.

Para se organizar, Marta pela manhã cuida da casa e da comida, e a partir das 9:30h vai para a barraca, onde trabalha até 19:00h aproximadamente. Para fazer seus pedidos, vai à Feira de Santana, e solicita algumas mercadorias e quantidades. Mas também pega outras mercadorias com locais.

A oscilação de vendas dificulta um pouco a renda, Marta explica os ajustes: “Quando é dia de feira ou início de mês, as vendas aumentam; em dias normais e final de mês, cai um pouco as vendas. Esse ritmo sempre acontece, é normal”. Esse movimento frequente acontece em todos os tipos de negócios, nos grandes, e principalmente nos menores. Marta, com sua experiência, não se assusta mais com essa agitação dos negócios, sabe os momentos de pico, e os mais escassos.

Sua barraca acompanha e de certa forma, é consequência de tudo que acontece na cidade de Cachoeira. O desenvolvimento econômico também atinge a todos que possuem até um pequeno comércio. Com a chegada da UFRB – Universidade Federal do Recôncavo Baiano – e com a instalação de mais empresas, a demanda de produtos aumentou, pois Marta além de trabalhar com seus artigos individuais, também faz pedidos em grande quantidade. Marta considera esse desenvolvimento uma coisa boa, vê o reflexo da ampliação econômica em seu trabalho.



Novos Projetos

Marta não teve muitas oportunidades. Encontrou na barraca sua única forma de sobrevivência. Mas a família tem projetos. Pretendem ampliar o negócio, através de empréstimos e com a ajuda do governo. “A gente tem dificuldade de capital de giro, que às vezes a gente não tem. Eu acho que agora vai melhorar porque com um empréstimo disponibilizado pelo governo, com juros baixos, a partir de janeiro a situação melhora. Vamos melhorar o ambiente, o físico da barraca, o estado que não está legal, está feia, mas não queremos mudar de lugar”, expõe Marta sua situação atual.

A história de Marta não é única e se repete no país e no mundo. As taxas de desemprego oscilam, no ano de 2009 no Brasil, a taxa de desemprego foi de 8,1%. Segundo o IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – em dezembro de 2009 o número de trabalhadores ocupados era de 21,8 milhões, o que aponta uma alta de 1,0% em comparação a novembro do mesmo ano. Esse dado é semelhante para a maioria das cidades do Brasil, inclusive Cachoeira.

O sociólogo britânico Anthony Giddens aponta os índices de desemprego com grande movimento no decorrer do século XX. Em seus estudos, Giddens afirma que não é fácil definir desemprego, pois não é apenas “estar sem emprego”, e “trabalho” seria um trabalho remunerado e reconhecido. Mas muitas pessoas que estão oficialmente desempregadas podem exercer funções produtivas, como pintar a casa ou cuidar do jardim. Mas, muitas pessoas, como a Marta, atuam na sociedade no comércio informal, por conta própria, outras pessoas têm emprego remunerado de meio turno, ou apenas arranjam trabalhos temporários. As oportunidades de emprego estão cada vez mais difíceis, assim como a profissionalização. Então as pessoas buscam, das mais diversas formas, um modo de subsistência.

Essa situação não é culpa de um único órgão. É o resultado de todo um contexto social e histórico que acarretou todos os erros sociais que a sociedade continua a cometer. Mas enquanto essa deficiência não é resolvida, não adianta julgar e reprimir essas pessoas, que, como Marta, passam por muitas dificuldades, como trabalhar na rua, a pouca renda, dificuldade de conseguir manter a família. Essas pessoas também devem ser respeitadas, independente da sua situação social ou do seu estilo de vida.


Bárbara da Rocha
Laís Sousa

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

RÁDIO DE SÃO GONÇALO FESTEJA 50 ANOS MUDANDO DE NOME

Em 1960 foi fundada a primeira rádio escola do Brasil pelo padre Josemir Dias Valverde, que devidamente recebeu o nome de Rádio São Gonçalo. Sintonizada na freqüência 1410 AM, tem um legado histórico de ser a primeira fundada no Recôncavo e a terceira emissora da Bahia, estando atrás da Sociedade de Salvador e a Sociedade de Feira. Dez anos após sua fundação passou a ser dirigida pelo monsenhor Hermenegildo de Castorano, aumentando sua potência de transmissão de 1 kg para 10 kg de potência.

No próximo dia 8 de dezembro a emissora completará meio século de existência marcado por grandes mudanças como a criação de um cinema que incluirá os estudantes das escolas regionais no universo cinematográfico. A rádio, inicialmente, tinha o objetivo de aproximar a igreja Católica da população, mas agora está se desvinculando da igreja e vai passar a se chamar Rádio Planeta. Segundo Ronaldo Pinto, diretor comercial, a mudança do nome está ligada ao crédito e a visibilidade da rádio em outras regiões, já que o nome São Gonçalo interioriza a mesma.

Mas essa transformação está provocando oposições na cidade de São Gonçalo, pois para alguns, como dona Antonia Pereira dos Santos, de 78 anos, ouvinte desde a década de 60, mudar o nome da rádio é apagar metade de uma história que ela representa para a cidade. E para outros a mudança é necessária, porque se ela quer expandir, aumentar seu público ouvinte, não deve prender-se ao município, principalmente carregando o nome do mesmo que a torna particular a cidade.

Segundo pesquisa encomendada pela rádio, ela obteve no último mês de outubro 92% de audiência em São Gonçalo e cidades circunvizinhas, o que é uma prova de que a ‘vovozona’ do Recôncavo é uma das mais ouvidas da região. Alcança um raio de 250 km², média esta, que segundo Ronaldo deve ser aumentada. Além disso tem um site que diariamente é atualizado e leva a rádio a 15 países.

CENTROS SOCIAIS DE CACHOEIRA ORIENTAM JOVENS A EVITAR O MUNDO DAS DROGAS


O Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) e o Projeto Camelo, patrocinada pelo grupo VOTORANTIM, são dois centros de assistência social que funcionam em Cachoeira com o objetivo de prevenir  o ingresso da juventude marginalizada no mundo das drogas.  

Embora sejam consideradas instituições recentes na cidade, o CRAS, com dois anos, e o Projeto Camelo, com um ano, vêm fazendo a diferença na vida da juventude que freqüenta regularmente as propostas oferecidas. Segundo  dados do Projeto Camelo são atendidos  70% dos 109 inscritos. Os responsáveis pelos dois projetos afirmam manter uma divulgação intensa de suas ações, por meio dos próprios alunos e das visitas dos assistentes sociais na comunidade, atendendo as demandas  instantaneamente. O acolhimento inicial é feito pelos assistentes administrativos, na presença de responsáveis, e posteriormente os jovens  são encaminhados para técnicos da referência.

AULA DE VIOLÃO CRAS
Entretanto, nenhuma das duas instituições sabe ainda como será a continuidade do trabalho realizado a partir do momento em que os jovens atingirem a idade limite definida pelo projeto para o acompanhamento. O coordenador do CRAS, José Costa, afirma não pretender deixar de acompanhá-los e dependendo do desempenho e interesse do aluno, continuar acolhendo-os na instituição. Já a coordenadora do Projeto Camelo, Ivana Rodrigues, diz que os jovens só são obrigados a sair quando o conselho tutelar e a promotoria mandam que eles saiam, pois alguns deles costumam cumprir medidas sócio-educativas para que não sejam presos.

O CRAS neste ano ganhou um espaço melhor adaptado por cobrança da fiscalização, enquanto o Projeto Camelo desde o início se estruturou num local alugado. Nos dois ambientes ocorrem atividades diárias, de segunda a sexta feira, das 8 às 17 horas. O CRAS oferece para os usuários dos programas sociais cursos de corte e costura, bordado, pintura, crochê, violão e canto, enquanto o Projeto Camelo oferece capoeira, percussão, futebol, teatro.

Segundo o coordenador José Dias, o CRAS é “um programa do governo federal que funciona como uma casa de acolhimento para comunidade, mais próximo das comunidades em situação de vunerabilidade social, onde a desigualdade social é maior, para que chegue a assistência social nessas localidades e torne mais fácil o acesso à benefícios”. O Projeto Camelo acolhe jovens de 11 a 21 anos, tem parceria com o grupo Gamge (Instituição organizacional governamental de Doutora Rita) e OPC (Curso de informática). Além de diferirem quanto a ser um projeto público e outro não-governamental, a maior diferença entre as instituições encontra-se na explicação do coordenador do CRAS, onde  “quem recebe Bolsa Família automaticamente tem direito a atividades sócio-educativas e atividades lúdicas, como o PROJOVEM, que tira o tempo ocioso de jovens de 15 a  17 anos ou  PETI, o programa de erradicação do trabalho infantil”.

A psicóloga do CRAS, Abgail Santana, salienta que o trabalho feito com aqueles jovens visa sempre fazê-los interagir e conhecer sua comunidade para que se sintam parte dela. A psicóloga ainda aponta que apesar do projeto ter a função de fazer o monitoramento da família, recadastramento, observar se encontram-se nas mesmas condições de vida ou emergiram, é difícil fazer a manutenção do quadro devido à troca de profissionais na instituição, que implicam na interação e vinculo que são criados com os jovens. Reclamação também apontada por Leonardo Marques, secretário do Projeto Camelo desde sua implantação.

AULA DE TEATRO NO PROJETO CAMELO
O coordenador e psicóloga do CRAS observam que a comunidade adotou o ambiente, valorizando e protegendo o espaço, porém ainda se registram algumas evasões dos alunos que podem ser motivadas pelo descumprimento de algumas propostas de lazer por falta de disponibilização de verba. A coordenadora do Projeto Camelo acredita que essa irregularidade se tornou maior nesse segundo semestre  e a causa pode ser atribuída à  “correria de final de ano na escola”.  No geral, os jovens têm interesse em aprender e gostam de estar nas instituições, não se importando com a distância que tenham que percorrer para estarem lá fielmente. “Alguns sabem que tem que cumprir medidas sócio-educativas, mas a maioria gosta de estar participando. O maior índice de presença é no futebol e são disponibilizados lanches para alunos de casa turno. Cada aluno tem direito a fazer duas atividades”, diz a coordenadora Ivana.

Os pais gostam que eles estejam envolvidos naqueles projetos, “é melhor que estar pelas ruas”.  Laura, 17 anos, sorri com o violão do CRAS nas mãos. A coordenadora do Projeto Camelo salienta a importância que dão ao acompanhamento dos pais nas reuniões que influenciam no apoio psicológico que será dado aos alunos a partir da descoberta dos problemas que enfrentam nos lares, mas percebe que essa interação é mínima e aumenta somente quando há alguma oferta de sorteio, brindes ou café da manhã.

“Aqui nós temos mais informações e aumenta nossa expectativa de crescer profissionalmente”, afirma a aluna do CRAS, Andresa, de 15 anos. Os adolescentes do Projeto Camelo afirmam sua felicidade com a atenção que destinavam na confecção de máscaras e no ensaio de uma das suas peças teatrais que fui convidada a assistir para comprovar seus desenvolvimentos.

 Laís Sousa

terça-feira, 23 de novembro de 2010

MATRICULA ONLINE NA UFRB AINDA ESTÁ SENDO IMPLANTADA

Na Universidade Federal do Recôncavo Baiano (UFRB) a iniciativa de adicionar a opção virtual à matrícula já foi inserida e vem sendo exercida na maior parte dos cursos do Centro de Artes, Humanidades e Letras (CAHL), com exceção dos cursos de Comunicação e História.  

A respeito da causa, interesse dos Colegiados e previsão de disponibilizar a matrícula virtual, recebemos do coordenador do CRA (Coordenadoria de Registros Acadêmicos), Anacleto Ranulfo dos Santos, a informação de que o sistema acadêmico em vigor na universidade foi adquirido quando a instituição ainda não tinha experiência e prática online. Por estar apresentando “inconsistências”, segundo ele, o sistema está passando por um processo de modificação, migrando para um novo sistema virtual.

Ainda segundo o coordenador Anacleto, para que fosse possível a disponibilização de matrícula online é indispensável que o projeto pedagógico do curso (disciplinas obrigatórias, optativas, cargas horária e complementares) esteja “100% legal” pra que, ao solicitar a matrícula, os alunos encontrem um site apto pra fornecer todas as opções necessárias.   “A CRA constatou pós-levantamento que nem todos os cursos da UFRB estavam devidamente ajustados. No primeiro semestre de 2010 foi pedido que os coordenadores revissem todos os projetos pedagógicos e dado a cada colegiado um prazo de 60 dias para que cada coordenador se pronunciasse. Nem todos se pronunciaram e dos que se pronunciaram foi feita uma avaliação pra ver se estavam em dia. Teve curso que estava em situação legal, mas não se pronunciou”, disse o coordenador do CRA.

O vice-coordenador do colegiado de História, prof. Dr. Fábio Joly, informou que a solicitação do seu colegiado já foi feita, com todos os procedimentos de projeto pedagógico em dia, porém há suspeitas de que devido ao sistema falho, a quantidade elevada de alunos do curso poderia causar problemas na rede. Assim, nada impede que com a implantação do novo sistema os alunos de História possam desfrutar da comodidade da matrícula virtual.

“Com o novo sistema, todos os cursos serão online!”, afirmou o coordenador da CRA, incentivando mais “visitas questionadoras”. O sistema ainda não estava implantado no segundo semestre de 2010, mas há garantia do CRA de que em 2011 já esteja funcionando. “Por isso que todos os cursos estão se ajustando pedagogicamente, porque o curso que não estiver legal não terá matrícula”, diz Anacleto.

Laís Sousa

TERRITÓRIOS DA FICÇÃO DISCUTE LITERATURA BAIANA

Os alunos do curso de Comunicação Social da UFRB – Universidade Federal do Recôncavo da Bahia realizam até o dia 09 de dezembro de 2010 o Territórios da Ficção – Literatura Brasileira no Século XXI. O evento, que acontece desde o dia 22 de novembro de 2010, é produto final da disciplina optativa Literatura Brasileira, ministrada pelo professor Carlos Ribeiro e reúne autores para discussão de diversos gêneros da literatura baiana.

Além da participação dos autores estudados ao longo do semestre, o Territórios da Literatura contará com o lançamento, exposição e venda de livros desses autores e com apresentação de trabalhos dos alunos. O evento, que é gratuito e aberto a toda comunidade, acontecerá no auditório da Fundação Hansen Bahia e no auditório do CAHL – Centro de Artes, Humanidades e Letras da UFRB, na cidade de Cachoeira - Bahia.

Confira abaixo a programação completa.

22/11(Segunda-feira) - Auditório do Hansen – Állex Leilla e Marcus Vinícius Rodrigues – Território 01 – Espaços da intimidade

14h - Comunicações:
  • Janaína Ezequiel França: O sol que a chuva apagou / Állex Leilla
  • Gabrielle Alano Carcavilla: 3 vestidos e meu corpo nu / Marcus Vinícius Rodrigues
  • Jana Cambuí Alves Lima: Vestígios da Senhorita B / Renata Belmonte
  • Gabrielle Alano Carcavilla: Laços de família / Clarice Lispector
15h - Depoimentos:
  • Marcus Vinícius Rodrigues
  • Állex Leilla
16h - Debate

29/11 (Segunda-Feira)Auditório do Hansen – Mayrant Gallo e Aleilton Fonseca – Território 02 – De agora e de ontem: recortes ficcionais

14h - Comunicações:
  • Perivaldo Costa Pinto Júnior: O inédito de Kafka / Mayrant Gallo
  • Roberval Miranda de Santana: O pêndulo de Euclides / Aleilton Fonseca
  • André Gustavo de Souza Cardoso: Essa terra / Antonio Torres
  • Taísa Agatha Costa da Silveira: Os bandidos / Aramis Ribeiro Costa
15h - Depoimentos:
  • Aleilton Fonseca
  • Mayrant Gallo
16h – Debate

06/12 (Segunda-feira) - Auditório do Hansen – Ruy Espinheira Filho e Carlos Barbosa – Território 03 – memória e política

14h - Comunicações:
  • Tiago Santos de Sant´Ana: Beira de rio, correnteza / Carlos Barbosa.
  • Diogo Silva de Oliveira: De paixões e vampiros: uma história do tempo da era / Ruy Espinheira Filho.
  • Diogo Silva de Oliveira: Sargento Getúlio / João Ubaldo Ribeiro
  • Alanna Oliveira Santos: O que é isso, companheiro? / Fernando Gabeira
15h - Depoimentos:
  • Carlos Barbosa
  • Ruy Espinheira Filho
16h - Debate

09/12 (Quinta-feira) - Auditório da UFRB – Ordep Serra – Território 04 – o real e o fantástico: zonas limítrofes
14h - Comunicações:
  • Roberval Miranda de Santana: Sete portas / Ordep Serra
  • Lorena Santos Souza: O visitante noturno / Carlos Ribeiro
  • Alisson Gutemberg da Silva Souza: Sombras de reis barbudos / José J. Veiga
  • Caroline de Oliveira Silva: O invasor / Marçal Aquino
15h - Depoimentos:
  • Ordep Serra
16h - Debate

Celina Pereira

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

COM QUE ROUPA EU VOU... PRA FACULDADE?

O ambiente universitário consegue reunir em um mesmo lugar os mais diversos visuais. Pessoas de diferentes idades, personalidades e ideologias convivem em um espaço onde na maneira de se vestir, quase tudo é permitido. No CAHL – Centro de Artes, Humanidades e Letras da UFRB, alunos, professores, funcionários e demais frequentadores fazem parte de uma atmosfera caracterizada por uma verdadeira miscelânea de estilos. 

Monalisa Passos
No campus universitário de Cachoeira é possível observar a predominância da personalidade de cada um no que diz respeito à moda e aos diversos looks adotados. Monalisa Passos, 18 anos, estudante do segundo semestre de Comunicação Social considera o seu estilo como casual. “A depender do momento e pra onde eu vou, eu decido como me visto”, diz ela. Flávio Pereira, 17 anos, colega de turma de Monalisa, diz que se veste sempre como quer. “Como eu quero sair de casa, eu saio. Não me visto procurando moda nem nada disso”, afirma o rapaz.

Para Luciméia Santos, 20 anos, aluna do segundo semestre de Ciências Sociais, o mais importante é preservar a sua personalidade, priorizando sempre o bem estar. “Na verdade, eu gosto de vestir uma roupa que eu me sinta bem, mas eu não gosto de me vestir como todo mundo. Por exemplo, eu jamais vou usar calça Saruel porque todo mundo usa, mas sim porque eu gosto”, diz a aluna. A padronização dos looks também a incomoda. “Aquelas saias de cintura alta, por exemplo, eu só usei uma vez na vida pra nunca mais usar, porque eu me senti igual a todos e eu detesto isso! O meu cabelo era esticado, liso, como das outras meninas e eu resolvi que queria ser diferente. Então adotei o penteado Black”, confessa.

    Profesor Gilmar Hermes, em seu estilodespojado


A discussão da temática moda não é exclusiva dos alunos. O professor do curso de Comunicação Social Gilmar Hermes afirma não ter o vestuário como uma preocupação primordial. “Meu estilo é despojado. Não me preocupo muito e procuro não me escravizar pela moda. Jamais compro roupa em lojas de grife. Prefiro sempre aquelas que têm o preço mas acessível”, diz ele. Segundo Gilmar, o professor deve ainda se preocupar com a imagem que passa aos alunos: “O professor tem que estabelecer uma imagem de respeito. É importante que ele busque se vestir razoavelmente bem, de uma maneira que não demonstre desleixo. Mas muitas vezes, uma forma de vestir mais descontraída estabelece maior identificação com os estudantes”.

DIAS DE CALOR – O clima quente da cidade de Cachoeira é preponderante na escolha do vestuário pelos frequentadores do Quarteirão Leite Alves. “Com certeza o calor influencia! Quando está muito quente, eu só venho pra faculdade de bermuda”, diz Flávio. Monalisa também opta por roupas mais adequadas ao clima: “Como está muito quente esta época, eu escolho sempre algo leve como short, camiseta ou vestido e rasteira sempre!”. Luciméia também prioriza o conforto nas suas escolhas. “Geralmente eu uso calça folgada, chinelo de borracha ou vestido”, afirma ela.

CERTO OU ERRADO? – Quando se discute moda, não existe uma regra que determine uma forma correta e única de se vestir. Entretanto, o bom senso na escolha da roupa é sempre bem vindo, evitando assim os exageros. “Eu acho inadequado vir pra faculdade com roupa de baixo à mostra ou biquíni”, diz Monalisa. Flávio também foge da exposição em excesso: “Eu evito ir de camiseta regata”.

Flávio Pereira
Uma questão interessante apontada por Flávio é referente ao fato de que as pessoas que se “produzem” mais são, de certa forma, discriminadas pelos colegas. “Aqui a galera se veste do jeito que quer, mas às vezes, quando tem uma pessoa mais arrumada, eles começam a criticar. Talvez porque seja diferente deles. A crítica é pra quem é mais arrumado, e não para quem vem desarrumado”, diz o aluno.

Para o professor Gilmar, a universidade é um espaço democrático no qual a adequação à maioria é essencial para a harmonia do ambiente. “Se vestir bem demais para aparentar uma distinção é um erro, assim como o descuido exagerado também pode ser um erro. Eu acredito que é mais uma questão de se estabelecer uma harmonia com o grupo”, diz ele. 

Em um aspecto, todos os entrevistados concordam: cada um se veste à sua maneira e como se sente melhor. Não existem regras e por isso, todos se sentem à vontade para se vestir de acordo com suas preferências. “O ideal seria que as pessoas pudessem se vestir do jeito que bem entendessem”, conclui Gilmar.
  
Celina Pereira e Sheila Barreto