segunda-feira, 22 de novembro de 2010

COM QUE ROUPA EU VOU... PRA FACULDADE?

O ambiente universitário consegue reunir em um mesmo lugar os mais diversos visuais. Pessoas de diferentes idades, personalidades e ideologias convivem em um espaço onde na maneira de se vestir, quase tudo é permitido. No CAHL – Centro de Artes, Humanidades e Letras da UFRB, alunos, professores, funcionários e demais frequentadores fazem parte de uma atmosfera caracterizada por uma verdadeira miscelânea de estilos. 

Monalisa Passos
No campus universitário de Cachoeira é possível observar a predominância da personalidade de cada um no que diz respeito à moda e aos diversos looks adotados. Monalisa Passos, 18 anos, estudante do segundo semestre de Comunicação Social considera o seu estilo como casual. “A depender do momento e pra onde eu vou, eu decido como me visto”, diz ela. Flávio Pereira, 17 anos, colega de turma de Monalisa, diz que se veste sempre como quer. “Como eu quero sair de casa, eu saio. Não me visto procurando moda nem nada disso”, afirma o rapaz.

Para Luciméia Santos, 20 anos, aluna do segundo semestre de Ciências Sociais, o mais importante é preservar a sua personalidade, priorizando sempre o bem estar. “Na verdade, eu gosto de vestir uma roupa que eu me sinta bem, mas eu não gosto de me vestir como todo mundo. Por exemplo, eu jamais vou usar calça Saruel porque todo mundo usa, mas sim porque eu gosto”, diz a aluna. A padronização dos looks também a incomoda. “Aquelas saias de cintura alta, por exemplo, eu só usei uma vez na vida pra nunca mais usar, porque eu me senti igual a todos e eu detesto isso! O meu cabelo era esticado, liso, como das outras meninas e eu resolvi que queria ser diferente. Então adotei o penteado Black”, confessa.

    Profesor Gilmar Hermes, em seu estilodespojado


A discussão da temática moda não é exclusiva dos alunos. O professor do curso de Comunicação Social Gilmar Hermes afirma não ter o vestuário como uma preocupação primordial. “Meu estilo é despojado. Não me preocupo muito e procuro não me escravizar pela moda. Jamais compro roupa em lojas de grife. Prefiro sempre aquelas que têm o preço mas acessível”, diz ele. Segundo Gilmar, o professor deve ainda se preocupar com a imagem que passa aos alunos: “O professor tem que estabelecer uma imagem de respeito. É importante que ele busque se vestir razoavelmente bem, de uma maneira que não demonstre desleixo. Mas muitas vezes, uma forma de vestir mais descontraída estabelece maior identificação com os estudantes”.

DIAS DE CALOR – O clima quente da cidade de Cachoeira é preponderante na escolha do vestuário pelos frequentadores do Quarteirão Leite Alves. “Com certeza o calor influencia! Quando está muito quente, eu só venho pra faculdade de bermuda”, diz Flávio. Monalisa também opta por roupas mais adequadas ao clima: “Como está muito quente esta época, eu escolho sempre algo leve como short, camiseta ou vestido e rasteira sempre!”. Luciméia também prioriza o conforto nas suas escolhas. “Geralmente eu uso calça folgada, chinelo de borracha ou vestido”, afirma ela.

CERTO OU ERRADO? – Quando se discute moda, não existe uma regra que determine uma forma correta e única de se vestir. Entretanto, o bom senso na escolha da roupa é sempre bem vindo, evitando assim os exageros. “Eu acho inadequado vir pra faculdade com roupa de baixo à mostra ou biquíni”, diz Monalisa. Flávio também foge da exposição em excesso: “Eu evito ir de camiseta regata”.

Flávio Pereira
Uma questão interessante apontada por Flávio é referente ao fato de que as pessoas que se “produzem” mais são, de certa forma, discriminadas pelos colegas. “Aqui a galera se veste do jeito que quer, mas às vezes, quando tem uma pessoa mais arrumada, eles começam a criticar. Talvez porque seja diferente deles. A crítica é pra quem é mais arrumado, e não para quem vem desarrumado”, diz o aluno.

Para o professor Gilmar, a universidade é um espaço democrático no qual a adequação à maioria é essencial para a harmonia do ambiente. “Se vestir bem demais para aparentar uma distinção é um erro, assim como o descuido exagerado também pode ser um erro. Eu acredito que é mais uma questão de se estabelecer uma harmonia com o grupo”, diz ele. 

Em um aspecto, todos os entrevistados concordam: cada um se veste à sua maneira e como se sente melhor. Não existem regras e por isso, todos se sentem à vontade para se vestir de acordo com suas preferências. “O ideal seria que as pessoas pudessem se vestir do jeito que bem entendessem”, conclui Gilmar.
  
Celina Pereira e Sheila Barreto

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