quinta-feira, 28 de outubro de 2010

O SABOR DO RECÔNCAVO

A culinária baiana é conhecida e apreciada em várias partes do mundo por seu sabor marcante e único. Originada basicamente da cozinha africana, seus pratos são compostos de muito dendê, camarão e outras iguarias que o estado produz. É possível encontrar restaurantes de comida baiana inclusive fora da Bahia. A variedade de sabores e combinações de temperos ganha cada vez mais adeptos.

O Recôncavo baiano é bastante procurado por turistas que, além de apreciar as paisagens dessa região rica em cultura, aproveitam para experimentar a culinária local.

Um dos pratos mais saborosos é a Maniçoba, espécie de feijoada feita com folhas de mandioca no lugar do feijão e diversos tipos de carne. A maniçoba geralmente é servida com farinha e molho de pimenta. Outro prato preparado com folhas é o Efó, que é feito com uma folha chamada de língua de vaca além de camarão seco, azeite de dendê e pimenta. O efó é servido com farinha ou arroz.

O prato mais conhecido da culinária do Recôncavo, no entanto, é o Caruru. Trazido pelos escravos africanos, o caruru é um prato preparado com quiabo, camarão e dendê, além dos temperos típicos da Bahia. Esta iguaria, muito utilizada em rituais do candomblé, é servida com arroz e Vatapá, creme feito com farinha de rosca, gengibre, amendoim, camarão seco, azeite de dendê e temperos.

A culinária baiana também recebeu influências da cozinha portuguesa. O Sarapatel é originário do Alto Alentejo em Portugal e foi adaptado ao gosto do baiano. Feito com vísceras de porco, o sarapatel, que também faz parte da culinária do estado de Pernambuco, é servido com farinha ou arroz, além, é claro, da pimenta.

Assim, o Recôncavo mostra que suas riquezas não estão apenas na cultura, mas também em seus pratos que trazem o próprio sabor da Bahia.

Receita de Maniçoba

Ingredientes:

  • 1 pacote de folha de mandioca pisada
  • 400g de carne de sertão
  • 2 linguiças calabresas defumadas
  • 150g de bacon
  •  2 paios
  • 300g de costela de porco salgada
  •  300g de lombinho defumado
  • 500g de peito de boi
  • 100g de camarão defumado miúdo
  • 100g de castanha miúda
  •  alho
  • cebola
  • tempero verde

Modo de Preparo:

O primeiro passo é descascar as carnes e temperar o peito de boi.

Lave as folhas até sair todo o sumo da mesma (a água tem que estar branquinha). Prepare o tempero com alho, a cebola e o tempero verde. Refogue e coloque as folhas já lavadas dentro do refogado.

Em seguida, coloque as carnes mais duras (carne de sertão e peito para cozinhar junto com a folha). Quando ela estiver amolecendo, coloque o lombinho, a costela, a calabresa e o paio cortado em pedaços. Deixe amolecer as carnes e junte o camarão e a castanha.

Cozinhe até as carnes ficarem moles.


Sheila Barretto

MUDANÇAS NOS HÁBITOS DE JOVENS QUE TÊM FILHO SEM PLANEJAMENTO


Segundo o Ministério da Saúde, a ampliação do acesso de mulheres e homens à informação e aos métodos contraceptivos é um dos movimentos mais importantes para que se possa assegurar a prática dos direitos reprodutivos no país. Todavia, mesmo com informações e métodos oferecidos, muitos jovens são pegos de surpresa com uma gravidez indesejada. A partir daí, suas vidas passam por uma grande mudança.

A Síntese de Indicadores Sociais do IBGE de 2007 apontou que a proporção de jovens de 15 a 17 anos com filhos estava em 6,3 %. De acordo com o Ministério da Saúde, 40 % das adolescentes que tem filho, voltam a engravidar em três anos. O Brasil mostra uma infeliz realidade. A cada ano, um milhão de adolescentes engravida sem desejar.


Ser mãe na adolescência

 Taiane Almeida Santos, por exemplo, tem 22 anos e é mãe de um menino de três anos. Relata que ao se dar conta de que estava prestes a ser mãe, sentiu-se bastante insegura, pois não sabia nem trocar fraldas. Não tinha nenhuma independência em relação aos pais. Esse foi um momento de confusão, ainda não tinha se dado conta da responsabilidade de ser mãe. Mesmo com o apoio do pai da criança, continuou vivendo com os pais, pois não tinham condições de morar os três juntos.
No início, teve muita preocupação em relação aos gastos, mas ficou confortada ao perceber que seus pais não a abandonariam. Foram eles que se preocuparam com os mínimos detalhes. Nos primeiros momentos, precisou muito da ajuda da mãe. Era ela quem dava banho e trocava as fraldas, em que observava tudo e aos poucos foi aprendendo. Depois de 15 dias do pós-operatório, já fazia tudo sozinha, com uma facilidade inexplicável. Convenceu-se de que ser mãe é um dom.

Confessa que hoje tem outros olhos diante do futuro. Antes se preocupava com coisas fúteis. Reconhece que amadureceu muito. Claro que para isso deixou de lado a vida de adolescente. Não ia mais às festas como antes, agora tinha que assumir o papel de proteger uma nova vida. Como mãe, pretende proporcionar o maior suporte para que seu filho estude, tenha uma atividade de lazer, que se envolva com pessoas boas e que seja repleto de conquistas.

Larissa Alves de Carvalho, 23 anos, é mãe de uma menina de 8 anos. Diz ter recebido a notícia com maturidade, pois ainda não tinha pesado as conseqüências. O problema foi como a família recebeu a notícia, todos ficaram perplexos, pois ela tinha apenas 14 anos. No fim, acabaram apoiando. O que não a impediu de se preocupar financeiramente, já que nem ela, nem o pai da criança trabalhavam. Mas no fim das contas, contaram com a ajuda de suas famílias.

Precisou abandonar a escola, pois o médico aconselhou bastante repouso. Na época estava cursando o 1º ano do Ensino Médio. Mesmo tendo feito o pré-natal certinho, passou por problemas sérios de saúde. Teve hipertensão gestacional e pré-eclampsia. Esses problemas fizeram com que ela tivesse o bebê antes da data prevista. Depois que sua filha nasceu, suas noites foram conturbadas, pois não tinha experiência de cuidar de um bebê, não se sentia preparada., mas contou com a ajuda da mãe.

As mudanças ocorridas foram a falta de liberdade, o aumento da responsabilidade, a falta de experiência, a dificuldade de continuar estudando nos primeiros anos de vida da filha, pois precisou trabalhar para ajudar nas despesas, o atraso dos sonhos, como, por exemplo, cursar uma universidade. Depois de tudo isso, tem as melhores expectativas para o futuro de sua filha. Pensa ser um exemplo sobre o que não fazer. Não que ser mãe tenha sido ruim, mas houve um atraso em sua vida em relação aos outros jovens. Quer ensiná-la como superar as dificuldades.

Dificuldades são as mesmas

Diferente das outras duas, Lísian Emannuella Silva de Oliveira, 24 anos, mãe de uma menina de 9 meses, vive em união estável com o pai de sua filha. Relata que, receber a confirmação de que estava grávida foi maravilhosa, pois sempre quis ser mãe. Curtiu muito cada sintoma da gestação, enjôos, que antes pensava ser invenção das mulheres, a barriga crescer, o nenê mexer, era tudo muito incrível. A ultra - som morfológica era surpreendente. Cada dedinho, cada órgão visto, não tem palavras para descrever. Costumava dizer que engravidaria várias vezes, mas toda moeda tem dois lados, e, agora que pariu, está pagando caro por uma gravidez não planejada.


Passado os primeiros dias, em que a casa estava cheia de parentes e amigos e vivia o encantamento de ter uma criatura pequenina sob sua responsabilidade, percebeu o tamanho da obrigação que parece ser exclusivamente dela. Amamentar, dar a papinha, trocar fraldas, banho, consolar, cuidar de casa sozinha, das roupinhas, tudo é sua obrigação. Em meio a tantas tarefas, há nove meses que não consegue ler nada, não estuda, não dorme uma noite completa, assim como não pode acordar mais tarde. Não pode sair sozinha.


Ainda bem que conseguiu concluir a faculdade de Letras Vernáculas, mas por não poder trabalhar, não tem como pagar uma especialização. Pensava que teria tempo para ela, o que foi um engano. Não tem tempo nem de fazer as unhas, cuidar de si, ser a dondoca que sonhava ser. Sua bolsa de sair é a sacola da garotinha  com as fraldas e os demais pertences dela. Todos os planos ficaram para depois que a filha crescer, enquanto isso, ela sente que ficou para trás, principalmente profissionalmente. Tem dias que tudo parece está ainda mais distante de se transformar.


Contudo, ser mãe cedo é viver outra vida, a vida da criança. Sem direito a reclamações, pois ainda corre o risco de ouvir coisas do tipo “você quem quis isso”, “ser mãe é isso mesmo, sofrer no paraíso”, “é sua obrigação e não de seu esposo”, “estudo fica para depois, tem tempo”, quando na verdade adiou seu tempo, ou antecipou o tempo de ser mãe.


O lado bom da moeda é que ama sua filha e, às vezes, se pega observando-a com carinho engatinhando em sua direção, chorando, implorando para colocá-la para dormir. O lado ruim é que sonhou ter três filhos, hoje, não quer nem sonhar com outra criança, mais um sonho perdido.

Aline Sampaio

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

FALTAM COLETORES DE LIXO E CONSCIÊNCIA DAS PESSOAS


  
Com esse calor, quem estiver no centro da cidade de São Félix e tomar um sorvete, terá que levar consigo sua embalagem se não quiser compartilhar a atitude de muitos que optam por jogar na rua. Nas ruas do centro dificilmente encontra-se coletores de lixo. Com exceção da Avenida Salvador Pinto (orla de São Félix) que teve sua praça recuperada recentemente, as demais ruas não possuem caixas coletoras.

 Nas ruas da Praça da Bandeira, J.J. Seabra, Praça José Ramos onde estão localizados a Prefeitura Municipal,  feira livre, mercado municipal e outros estabelecimentos comerciais os coletores que haviam no local estão quebrados ou danificados e em muitas esquinas não existem mais. Pó isso as pessoas não hesitam em jogar no chão, latas de refrigerantes, garrafas pet, copos descartáveis, embalagens plásticas, contribuindo com a poluição das ruas.

Embora a limpeza seja feita regularmente, as ruas estão sempre sujas, seja pela falta de caixa de coleta, seja pela falta de consciência das pessoas, que não se preocupam com as conseqüências que suas atitudes podem trazer. Diariamente o lixo está espalhado pelas vias públicas, entupindo bueiros, poluindo o ambiente. A situação se agrava nos dias de feira livre e nos dias de festas em que o fluxo de pessoas aumenta.  

Fabiana Dias
 

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

UNIVERSITÁRIOS SENTEM DIFICULDADE EM TER BONS HÁBITOS ALIMENTARES


A inserção na vida acadêmica acarreta mudanças na rotina de qualquer pessoa, inclusive nos hábitos alimentares. A extensa carga horária das faculdades, a falta do acompanhamento dos pais e o desconhecimento, de alguns, no preparo de alimentos, faz com que o cuidado com a alimentação fique muitas vezes, comprometida.

Segundo pesquisas sobre alimentação de universitários, existe a prevalência de ingestão de alimentos doces e gordurosos contrapondo à baixa ingestão de frutas e hortaliças. No Centro de Artes, Humanidades e Letras (CAHL) não acontece diferente. Joice Soares, aluna do segundo semestre de Ciências Sociais da Faculdade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) afirma que almoça em casa, e mesmo assim por vezes não considera ter uma alimentação saudável. “Por mais que eu almoce em casa, acho que não tenho uma alimentação totalmente balanceada. Nessa rotina acelerada que tenho devido à universidade, às vezes substituo um almoço por um lanche mais prático, e consequentemente mais gorduroso.”

Maria de Fátima Mendes, segundo semestre de Comunicação Social da mesma Universidade, diz sentir dores no estômago constantemente, e acredita que é proveniente de uma má alimentação. “Quase toda vez que me alimento mal, ou até mesmo passo um grande período de tempo sem me alimentar, sinto dores estomacais.”

Um grande número de doenças estão aliadas à alimentação ou carência de algum tipo de vitamina presente em alimentos cotidianos. Tem-se como exemplo a anemia nutricional, avitaminoses (beribéri, cegueira noturna, escorbuto, raquitismo, pelagra), diabetes, desnutrição, doenças do aparelho digestivo, doenças degenerativas e hipertensão arterial.

Esses problemas podem ser evitados se os jovens passarem a cuidar mais de sua saúde, uma vez que alimentos ditos práticos nem sempre oferecem os nutrientes necessários diariamente para o nosso organismo. A pirâmide alimentar demonstra como os diferentes tipos de alimentos devem ser balanceados nas dietas. Não é uma ciência exata, mas se define como um bom começo para criar uma dieta saudável e balanceada. 


Pirâmide alimentar: apresenta os grupos alimentares em quantidades adequadas de consumo.


Mariana Souza

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

PRECARIEDADE DOS TRANSPORTES PREJUDICA ESTUDANTES DA UFRB

Trajetos longos. Viagens demoradas. Preços altos. Veículos mal conservados. Tudo isso faz parte do cotidiano de grande parte dos alunos do CAHL – Centro de Artes, Humanidades e Letras da UFRB. Aqueles que residem em cidades circunvizinhas a Cachoeira dependem de sistemas de transporte ineficiente.

Os cursos do campus de Cachoeira agregam alunos de diversas localidades. Para grande parte deles, não existe a viabilidade de fixar moradia na cidade. Em decorrência disso, é intenso o fluxo de estudantes que fazem o trajeto de ida e volta todos os dias.  Dentre os principais municípios que abrigam esses estudantes, encontram-se Feira de Santana, Cruz das Almas, Governador Mangabeira, Santo Amaro, Muritiba e alguns outros vilarejos da zona rural.

TRANSPORTE PÚBLICO - Sheila Barreto, estudante do segundo semestre do curso de jornalismo é um exemplo dessa situação. Por trabalhar todas as tardes, a aluna precisa ir e vir de Santo Amaro todos os dias. O transporte utilizado por ela é o ônibus intermunicipal. Para ela, a viagem não chega a ser um transtorno. “É bem tranqüila a viagem. Eu acho bem confortável. Os ônibus geralmente têm banheiro e de vez em quando, há fiscais das empresas nos veículos. Só não existe a obrigatoriedade do uso do cinto de segurança” afirma Sheila. 

Com horários fixos de saída e retorno, e passando de casa em casa, uma boa alternativa para os alunos são as vans fretadas, que realizam transporte particular de um grupo fixo de alunos. Os custos são mais baixos do que o dos transportes de linha e o pagamento é mensal, facilitando a vida dos estudantes. “Eu venho de transporte fretado e a diferença é que ele me pega em casa, por isso é mais facilitado e mais garantido. Eu estudo à tarde e alguns dias eu tenho aula pela manhã e tenho que vir de carro de linha. A diferença é enorme. Eu gasto em média R$ 140 com transportes no total. É bem bom!”, afirma Miquéias Silva, estudante de Ciências Sociais. Como são poucos os carros que oferecem esse serviço, não há vagas suficientes para atender à grande demanda de estudantes.


TRANSPORTE ALTERNATIVO - Para aqueles que viajam de Transporte Alternativo – as chamadas Topics, a realidade é mais difícil. As reclamações são muitas. A maior parte delas fica por conta da demora, da má conservação dos automóveis, da insegurança e do desconforto. “Eles colocam muita gente dentro da Topic. Em um espaço que só cabem três pessoas, eles colocam quatro ou cinco. Eles querem que a gente sente no vão entre um banco e outro, no buraquinho” diz Vanessa Vilaverde, estudante do terceiro semestre de Ciências Sociais. “Eu só pego o transporte mesmo quando vejo que tem espaço pra sentar. É horrível”, conclui.

Para Paulo Roberto, estudante do 5º semestre de Cinema, o mais difícil é conciliar o tempo de estudo e trabalho. A demora dos transportes alternativos prejudica ainda mais a sua rotina. “Eu moro na zona rural de São Felipe. Saio às cinco horas da manhã e pego um ônibus já lotado de alunos até Cruz das Almas. De lá, vou de transporte alternativo até Cachoeira. O que me incomoda mais no transporte alternativo é a demora, devido às paradas ao longo do caminho. Chego a gastar em torno de uma hora em uma viagem que poderia ser de trinta minutos.” Apesar de estar insatisfeito, Paulo Roberto não visualiza uma melhora na prestação do serviço. “Como o próprio nome já diz, é transporte alternativo. A gente não pode nem reclamar. De onde eu venho, só há essa opção. É isso ou eu não estudo”, diz.

REGULAMENTAÇÃO – O maior problema encontrado pelos estudantes é a falta de opção. Para muitos, as vans são o único meio de transporte encontrado para chegar a Cachoeira.  Os transportes alternativos fazem um percurso diferente do realizado pelos ônibus intermunicipais. Um exemplo disso é a rota Cruz das Almas x Cachoeira, realizada pela COOTAM – Cooperativa de transporte Autônomo do Recôncavo Meridional, que passa por dentro de Governador Mangabeira, Muritiba e São Félix, parando o tempo todo em busca de mais passageiros, atrasando a viagem e piorando a qualidade do serviço.

Apesar da existência de cooperativas, o transporte alternativo é irregular, sem nenhum vínculo formal com a AGERBA - Agência de Regulação de Serviços Públicos de Energia, Transportes e Comunicações da Bahia. Para o motorista da COOTAM José de Sousa Vieira, a agência reguladora deveria priorizar a legalização do transporte alternativo “Se é só a gente que faz o transporte nessa região porque não regularizar?” questiona ele. “Mas eles querem de certa forma reprimir a gente, diminuir o número de carros que circulam. Isso só prejudica o trabalho de quem corre atrás do pão de cada dia”.
Para o senhor Zé do Boi, condutor da ASCAMUCA – Associação dos Condutores Alternativos do Município de Cachoeira, que realiza o trajeto Cachoeira x Feira de Santana, a regularização está próxima. “Depois da política vai regularizar, graças a Deus. Vai melhorar tudo, até por causa da fiscalização da Polícia Federal. Melhora pra gente, melhora para os estudantes, melhora pra todo mundo”.

Celina Pereira


quinta-feira, 21 de outubro de 2010

FESTIVAL DE INTEVERNÇÕES AUDIOVISUAIS ACONTECERÁ EM SÃO FÉLIX E CACHOEIRA

O Festival de Intervenções Audiovisuais do Recôncavo - FIAR foi realizado nas cidades de São Félix e Cachoeira no período de 7 a 16 de Outubro. Entre as apresentações artísticas destacaram-se: performance, arte eletrônica e grafitti. A proposta do festival foi possibilitar um entrosamento do público dessas cidades com as artes. Para tanto contou com a participação de artistas convidados de outros estados como Minas Gerais e Pernambuco.

O Festival serviu para a troca de experiências aproveitando os espaços públicos visando aproximar as pessoas desse tipo de arte. Como já vem acontecendo, a cidade de Cachoeira busca relacionar as suas tradições artistíco-culturais com novas formas de expressão artísticas. Esse diferencial na produção artistíco-cultural da cidade deve- se principalmente à implantação da UFRB, que possibilitou a mistura de produções artísticas mais antigas e novas linguagens temáticas que precisam ser incentivadas.

Fabiana Dias

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

ITABERABA, CIDADE RELUZENTE BERÇO DE VALORES CULTURAIS

Assim começa o hino de Itaberaba, cidade que será nosso destino para sairmos um pouco do Recôncavo. Cidade do Centro Norte Baiano, localizada a 276 quilômetros da capital. Fundada em 26 de março de 1877, Itaberaba é conhecida como o Portal da Chapada, pois fica na entrada da Chapada Diamantina. No censo de 2000, contava com 58.943 habitantes, já nos dados preliminares do censo 2010, o número está em 56.473, isso com 92% da coleta concluída.

Apesar de ter um comércio forte, com indústrias de calçados, móveis e alimentos, a cidade é mais conhecida, mundialmente, como a Terra do Abacaxi. Com extrema importância para a região, a cultura do abacaxi tem ajudado a melhor a realidade dos itaberabenses. Hoje, 6% da população total do município é beneficiada com os quatro mil hectares de área plantada, com produção de mais ou menos 60 milhões de frutos.

Foi no final da década de 90 que a cultura do abacaxi se fortaleceu graças aos esforços conjuntos de produtores e de instituições tais como a EBDA – Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola S.A e a EMBRAPA – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Mandioca e Fruticultura, de Cruz das Almas. O grande diferencial é que os plantios são feitos unicamente por pequenos produtores. Esses produtores contam com o trabalho do SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, que tem como propósito ajudar a solucionar alguns problemas que venham a dificultar o processo de produção.

Como já é típico das cidades do sertão da Bahia, Itaberaba é muito quente, até mesmo à noite que ganha maior frescor nos meses de junho, julho e agosto. O município influencia uma região muito grande por ser visto como principal centro regional. Prova disso é que muitos jovens saem de cidades vizinhas para cursarem a graduação ou na UNEB – Universidade do Estado da Bahia, que oferece os cursos de Letras Vernáculas, Pedagogia e História, FTC – Faculdade de Tecnologia e Ciências ou na UNOPAR – Universidade Norte do Paraná, que oferecem diversos cursos à distância.

Para aqueles que querem conhecer de perto essa modesta, mas agradável cidade, tem um bom número de opções para hospedagem. Os mais conhecidos são: Pousada do Sol, Hotel Morro das Flores, Pousada Casarara, Pousada Bahia 1 e 2, Pousada Charme e Pousada Degraus. Na ocasião, poderão experimentar alguns dos pratos típicos da região.

No café da manhã, nada como saborear delícias como os bolos de fubá e canela. No almoço a escolha fica entre a carne de sol com pirão de leite, carne seca com abóbora ou buchada de bode. Para sobremesa, torta de manga, abacaxi surpresa ou um bombom de castanha de caju. À noite, para quem tem o estômago forte, cairá muito bem uma costela de porco seguida de bolo de macaxeira e charque.


Aline Sampaio

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Enfrentando o CAHLor!

Frases como “que calor!”, “como está quente!” “está insuportável!” já fazem parte vocabulário cotidiano dos cachoeiranos.  Com os alunos, professores e funcionários do CAHL – Centro de Artes, Humanidades e Letras, não poderia ser diferente: tem sido difícil encarar o Quarteirão Leite Alves em dias quentes, que o transformam num verdadeiro caldeirão de ferro e concreto.


A condição térmica nada agradável da cidade histórica da Cachoeira tem como fundamento básico os próprios fatores naturais. O engenheiro agrônomo Francisco Adriano Pereira, doutor em Engenharia da Irrigação explica: “Sobre a influência direta de dois corpos de água (o Rio Paraguaçu e o lago da barragem de Pedra do Cavalo), submetidos a elevadas taxas de evaporação, associadas a temperaturas e umidade relativa do ar elevadas, deixam uma sensação de estufa em toda cidade. Corroboram com esse panorama, a situação topográfica da área urbana, situada na parte inferior de um relevo de bacia, que dificultam a livre circulação ar, causando a todos os habitantes uma sensação de desconforto térmico”.

Confira abaixo algumas informações de como manter o organismo longe dos efeitos do calor excessivo, que além de incômodo pode trazer grandes  prejuízos à saúde.

Beba bastante água – em dias de calor excessivo, o processo de desidratação é acelerado. Não espere sentir sede. O ideal é consumir em média dois litros d´água por dia.
Cultive uma alimentação leve e saudável – o consumo de frutas, verduras e legumes frescos  é essencial. Alimentos mais pesados causam sensação de sonolência e moleza, aumentando o mal estar. Evite ainda o abuso do sal nos alimentos.
Cuidado com o vestuário – use sempre roupas leves (de preferência de algodão) e de cores claras, que permitam a respiração da pele. Evite também o uso contínuo de calçados abafados.
Exposição direta ao sol – o uso de filtro solar fator 15 é necessário mesmo em dias nublados.  Acessórios como bonés e óculos de sol também são bons aliados.
Pratique atividades físicas – mesmo que o calor cause indisposição, a prática de exercício é sempre recomendada. O ideal é que se escolham horários de menor incidência solar (antes das 10h e depois das 16h).                                         
                                                                                                                                
Celina Pereira



segunda-feira, 18 de outubro de 2010

CRUZ DAS ALMAS POSSUI O METRO QUADRADO MAIS CARO DO RECÔNCAVO


O metro quadrado mais caro do Recôncavo está no município de Cruz das Almas, onde um lote situado nos bairros residenciais, adjacentes ao centro da cidade, custa de 230 a 1700 reais por metro quadrado. Isso corresponde ao valor de 70 a 500 mil reais em média por um lote regular de 10x30m, a exemplo dos loteamentos Primavera e Pinheiro. No bairro Sumaúma, o mais nobre e caro de todos, um lote varia entre 180 a 500 mil reais.

Para quem pretende adquirir um lote na área comercial fica ainda mais difícil, pois terá que desembolsar nada menos que 600 mil a 2 milhões de reais, a depender do tamanho da área e proximidade aos bancos. Um fato curioso que ocorre com freqüência é que muitos donos de imóveis, como casas antigas, preferem demolir a construção e limpar o terreno antes de por à venda, valorizando-o assim ainda mais.

Já nos bairros ou nos loteamentos mais afastados do centro, ou muito próximos da periferia, o custo por lote fica em torno de 40 a 60 mil reais, e nos bairros de classe mais baixa e de maior concentração de casas por ruas, como Areal, Miradouro e  Matadouro, ainda se compra um terreno, de dimensões menores, por 10 a 20 mil reais. Terreno de valor menor que esses só em áreas de difícil acesso e com infra-estrutura precária.

Segundo Olivaldo Oliveira, cruzalmente de 45 anos, residente na cidade e que acompanhou boa parte do desenvolvimento do município, essa super-valorização se dá, a início, pelo fato de os contratados da Odebrecht (responsáveis pela construção da barragem Pedra do Cavalo em Cachoeira), principalmente os engenheiros, terem escolhido esta cidade, dentre as demais, para fixar residência,. Também pela ampliação do centro de pesquisas EMBRAPA, que trouxe, além dos já existentes na cidade, muitos engenheiros, pesquisadores e técnicos de fora. Pela implantação do pólo industrial, da área calçadista, composta por seis fábricas, que emprega mais de duas mil pessoas, e principalmente pela ampliação da UFRB, a criação de faculdades como FAMAM, FACTAE, UNOPAR, entre outras, e, consequentemente, o crescente aumento de estabelecimentos comerciais.

“Sempre que pessoas, de melhor poder aquisitivo passam a morar num determinado lugar, movimenta todo o comércio e valoriza principalmente a moradia, devido à demanda”, afirmou. Porém, para quem deseja ou precisa morar em Cruz das Almas, a cidade oferece outras alternativas: casas para aluguel, quitinetes, pensões, pousadas e hotéis. Muitos, principalmente estudantes, preferem a tradicional e mais acessível “casa de parentes ou amigos”.

Situada no Recôncavo Sul da Bahia, Cruz das Almas dista 147km da capital e tem como vizinhos os municípios de Muritiba, São Felix, São Felipe e Sapeaçú, ao norte, sul, leste e oeste respectivamente. Foi emancipada em 29 de julho de 1897, desmembrando-se de São Félix. Segundo a última pesquisa divulgada do IBGE, em 2006, a população é de 58.293 habitantes, certamente estando hoje num número bem maior. Com clima ameno e agradável, a temperatura média é de 32ºC.

Por ser uma cidade relativamente tranqüila, pelas oportunidades de estudo que oferece e por estar em crescente desenvolvimento, Cruz das Almas tem sido escolhida por muitos para morar.

Lielza Lordelo

ARTESÃO CONTA HISTÓRIA DA MANDALA: ORNAMENTO CORRIQUEIRO NO RECONCAVO

ARTESÃO CONTA HISTÓRIA DA MANDALA,
ORNAMENTO CORRIQUEIRO NO RECONCAVO.

Com perceptível riqueza em diversidade cultural o recôncavo baiano tem seus ambientes enfeitados com adereços artísticos requintados. Herança de inúmeras culturas, as mandalas são confeccionadas por vários artistas locais e facilmente encontradas em diversos diâmetros, penduradas em paredes ou em miniaturas nas estantes.
   
O artesão Moisés Marques, mais conhecido como mestre dos magos, é autônomo e desenvolveu uma mandala com cordões de sisal e miçangas que pode ser utilizada como decoração ou adereço individual na forma de pulseiras femininas. As mandalas são vendidas a partir de 10 reais. Quando está presente em Cachoeira o artesão costuma disponibilizar suas obras na calçada em frente ao Centro de Artes, Humanidades e Letras da UFRB. Moisés Marques diz que quem trabalha com mandalas tem que desenvolver a perseverança, a persistência e a força de vontade pois esta é uma forma carinhosa de abrir o coração para a criatividade, a intuição e o amor. O artista conta sua versão da história da mandala (assista o vídeo):

A palavra mandala se originou do sânscrito e significa círculo, entendida como círculo mágico ou concentração de energia. É uma representação geométrica da relação entre o homem e o cosmo, símbolo da totalidade, da integração e da harmonia. Em várias épocas e culturas, a mandala foi usada como expressão científica, artística e religiosa. Podendo ser encontrada nas abobadas das catedrais européias, nos vitrais, nas auréolas dos santos, em porcelanas chinesas e gregas, na arte indígena, rupestre e até mesmo em obras artísticas feitas pelos alquimistas nos séculos XVI a XVIII.

As mandalas são importantes para a preparação de iniciadores ao Budismo pois referem-se a um tipo de diagrama simbólico do palácio de uma divindade meditacional, a dimensão pura da mente iluminada. Atualmente, em termos de artes plásticas, a mandala apresenta profusão de cores, são pintadas, representadas tridimensionalmente em madeira, metal ou construídas com areia colorida, pedras, miçangas, cordões. A mandala é utilizada pela astrologia para representar o diagrama do zodíaco, decoração de ambientes, na arquitetura, ou como instrumento para o desenvolvimento pessoal e espiritual ajudando na concentração daqueles que desejam atingir outros níveis de contemplação, reestabelecendo a saúde interior e exterior.


Laís Sousa
Calaboração no vídeo: Monalisa Passos

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

ESTUDANTES DO CURSO ARTES VISUAIS APRESENTARÃO PROJETO EM FESTIVAL

Os alunos do 2º semestre de Artes Visuais, Amauri de Freitas Silva e Estevan José de Queiroz Martinez, participarão da 4ª edição do CONTATO – Festival Multimídia de Rádio, TV, Cinema e Arte Eletrônica, na UFSCAR – Universidade Federal de São Carlos. Na oportunidade, vão apresentar o projeto, Universitários Fazendo Sexo, que foi selecionado em meio há diversos outros trabalhos. O evento que ocorrerá do dia 07 a 12 de outubro, está ocupando todo o tempo dos dois, mas mesmo assim encontraram um tempinho para falar do projeto e da apresentação no festival.

Amauri contou que um dia, quando estava olhando o site da UFSCAR, viu que as inscrições para o 4º CONTATO estavam abertas. Ao perceber que se tratava de um festival de multimídia, música, cinema, resolveu falar com o colega Estevan e juntos inscreveram um projeto que já vinha sendo montado com estudos anteriores. Pensaram ser impossível serem selecionados, pois além de ser um evento nacional, havia muitas faculdades boas inscritas. Para a surpresa deles, o projeto, Universitários Fazendo Sexo, foi selecionado para ser apresentado.

Universitários Fazendo Sexo é, antes de tudo, um projeto artístico. O estudante faz questão de frisar isso, por creditar que na academia, a arte acaba se tornando mais teoria que arte, contudo ele também está fundamentado em teorias. O projeto se trata de uma vídeo-performance que discute o sexo na sociedade moderna. Os universitários foram escolhidos, porque os dois acreditavam que o assunto sexo seria tratado com maior naturalidade. O que não aconteceu, assim como na sociedade em geral, encontraram muita dificuldade de falar do tema na universidade. Então resolveram enquadrar a discussão a partir do ponto de vista universitário.

Estevan explicou que a idéia do projeto surgiu a partir do momento em que ele fez uma intervenção cibernética em várias comunidades de relacionamento na internet, em agosto de 2008. Ele lançou um manifesto intitulado O Manifesto Da Arte Poser, que consiste em renovar a arte trazê-la para outros ambientes. Acredita que a arte poser tem tudo a ver com o projeto Universitários Fazendo Sexo. A primeira experiência foi fazer uma autopromoção na internet, em várias comunidades de artes o que gerou muita polêmica, mas o artista tem que romper com essas barreiras.

Percebeu que os artistas também estão muito receosos com as novas atitudes, então teve a ideia de falar de outro assunto, mais polêmico, que é o sexo. O pensamento inicial foi colocar, nessas comunidades, dois artistas fazendo sexo, pois ia gerar muita polêmica, porém a ideia do projeto é outro, estão baseados em Platão, Nietzsche, Humberto Eco. Quer quebrar as barreiras, fazer com que a arte se desenvolva em outros ambientes. O Universitários Fazendo Sexo é uma intervenção. Inicialmente, as pessoas vão pensar no ato sexual, mas é uma coisa acadêmica é outra coisa que não o ato.

Quanto às expectativas para o festival, ambos estão animados. Amauri diz que o fato de serem apenas do 2º semestre e terem sido selecionados juntos com uma mestranda da UNESP – Universidade Estadual Paulista, e um estudante de física da USP – Universidade de São Paulo, já é motivo de comemoração. Acredita ter colocado a UFRB lado a lado dessas universidades. É uma coisa muito bacana, alunos que estão começando a graduação, estarem num festival tão importante. Estevan está numa expectativa total, pois vai ser um evento nacional. A programação está super recheada. Espera participar da melhor maneira possível para representar a UFRB que não mediu esforços para ajudá-los.

Aline Sampaio

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

FESTA DA PADROEIRA DE CACHOEIRA NÃO CONTA COM A PARTE PROFANA

A cidade de Cachoeira, famosa pelas suas festividades culturais e religiosas, comemora na primeira semana de outubro a festa da padroeira da cidade, Nossa Senhora do Rosário. Ao contrário da maioria das festas religiosas da cidade, essa que é a maior delas não conta com a parte profana. A programação é composta por novenário durante nove noites seguidas e tem sua culminância com a missa solene e procissão dia sete de outubro.


 Conhecida pelas suas festividades onde o sagrado e o profano se confundem, Cachoeira abriga diversas religiões, além de cultuar o sincretismo religioso. Mas desta vez, na festa da padroeira comemora-se apenas a parte religiosa.  De acordo com o secretário de Cultura e Turismo de Cachoeira, Lourival Trindade, a prefeitura colabora quando solicitada pela igreja. 


Esta informação é confirmada por um dos padres responsáveis pela comunidade católica da cidade, Cid José da Cruz. Mas o padre salienta que a igreja trabalha desde a escolha do tema para arrecadação de fundos e mesmo a comunidade e a prefeitura ajudando, a maior parte dos recursos vem da própria igreja. 


O dia festivo será sete de outubro, feriado municipal, faz parte da programação alvorada, missa com a participação das crianças, missa solene com a presença do bispo auxiliar Gregório Paixão e procissão. A festa de Nossa Senhora do Rosário tem um homenageado a cada ano. Geralmente são pessoas que tem destaque dentro da comunidade católica. Este ano as homenageadas são as irmãs Milhazes, Maria Luiza, Ana Sylvia e Helena Maria. Uma novidade este ano é que após as celebrações, fiéis dão testemunhos de bênçãos alcançadas.

Fabiana Dias