segunda-feira, 8 de novembro de 2010

A ESTREITA RELAÇÃO ENTRE JORNALISMO E LITERATURA

Os textos literários ganham cada vez mais espaço, prova disso é o crescimento constante dessas obras nas adaptações para as telas de cinema e televisão que tem levado muitas obras memoráveis ao conhecimento de um público maior; sem contar nas letras de músicas que são inspiradas em poemas riquíssimos de nossa literatura, muitos são integralmente cantados por grandes nomes da música brasileira. Contudo, não é só nas áreas de entretenimento que a literatura mostra sua influência. O jornalismo, que é por excelência o meio confiável de informar aos cidadãos, também pode beber da fonte da literatura, é o chamado Jornalismo Literário.

 O professor do curso de jornalismo do CAHL, Carlos Ribeiro, explica esse tipo de jornalismo dizendo que em Jornalismo Literário, o substantivo é a palavra jornalismo, então, significa que ele tem a ênfase no jornalismo. Ele tem que estar ligado com acontecimento de interesse público, de interesse jornalístico. Mas o tratamento que se dá a esse texto pode ter uma linguagem literária no sentido de um romance, por exemplo. Pode contar uma história, e mesmo assim não perderá o valor jornalístico.

JORNALISMO E LITERATURA

 Esse tipo de jornalismo pode usar uma linguagem metafórica, trabalhar com descrição, falar de sensações, sentimentos e dos pensamentos dos personagens. Tudo com uma liberdade bem maior. O jornalista está preso ao fato, ao acontecimento, àquela coisa que ele está informando e noticiando, mas quando ele dá o tratamento literário, aprofunda mais as questões, faz um movimento no sentido de mergulhar nas causas, de contextualizar as informações, de humanizar.

Para Carlos Ribeiro, humanizar é uma palavra muito importante. Com a linguagem literária, o jornalista humaniza, torna o texto mais interessante ao leitor. Potencializa, por meio da linguagem literária, os significados contidos nos acontecimentos, porque em cada acontecimento temos uma quantidade de coisas que ficam fora da mera informação.

 Por exemplo, a notícia diz que “Fulano de tal matou a mulher”, mas se formos contar a história das motivações daquilo, a história que está por detrás, que está na sombra daquele acontecimento, vamos enriquecer muito mais o texto. Esse tipo de tratamento nos permite aprofundar uma questão, compreender o acontecimento como um fenômeno social, como fenômeno psicológico.


Aline Sampaio

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