terça-feira, 30 de novembro de 2010

VANESSA DA MATA ESTREIA SUA NOVA TURNÊ EM FEIRA

Pela quinta vez em Feira de Santana, Vanessa da Mata, uma das mais belas vozes da MPB, volta à cidade com o seu mais novo trabalho. No último dia 26, na casa de show Garage, estreando sua nova turnê pelo nordeste com o seu mais novo trabalho o álbum “Bicicletas, bolos e outras alegrias”, que confirma seu estilo musical eclético.

Com extrema simpatia e demonstrando grande intimidade com público feirense, mais uma vez a cantora dos cabelos “rebeldes” passa pela cidade e deixa gostinho de quero mais.

Iniciando o show com um dos seus maiores hits a música Amado, sucesso na novela Duas Caras da rede Globo, que até hoje embalando os corações apaixonados. Vanessa mostrou em duas horas de show, os seus novos sucessos como Bolsa de Grife, música que faz crítica ao consumismo e a aparência, e mesclou com outras músicas de outros cds – em conversa com público, que deixou claro não está afiado com as novas músicas, ela entendeu que o cd que ainda está chegando às lojas de todo o país, não teve tempo de chegar à cidade e por isso resolveu colocar músicas mais conhecidas-, demonstrando certo carinho pelo público que lota todas às vezes a casa. Cantou a música Ai, Ai, Ai mais tocada nas rádios em 2006 que fez ficar conhecida em todo o Brasil, levando todos ao delírio.

Encerrando seu show com a música de Renato Russo, Por Enquanto,quando o público mesmo esperou,pois já havia agradecido com sua banda, e teve o retorno de todos os presentes cantando numa só voz.

Maria Gabriela
Jacson Caldas

sábado, 27 de novembro de 2010

UNIVERSITÁRIOS CONCILIAM O ESTUDO COM SEUS CONHECIMENTOS RELIGIOSOS

Segundo os dados da arquidiocese de São Paulo, setenta e três por cento da população brasileira é adepta do catolicismo. Contudo, esse percentual vem caindo a cada ano, cerca de 600 mil fiéis deixam a igreja. Na última pesquisa oficial do assunto, em 19991, o IBGE- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas apontou que 83% dos brasileiros eram católicos. O protestantismo é a religião que mais cresceu desde os anos 60. Na pesquisa do IBGE, eram 12,6 milhões, aproximadamente 9% da população brasileira. O candomblé e a umbanda são as principais religiões afro-brasileiras. Eram 648,5 mil adeptos, 94% da população em 1991 passando 1,5% em 1999. O espiritismo reunia em 1991 1,6 milhões de seguidores, chegando a 2001, de acordo com a federação Espírita do Estado de São Paulo, a 4 milhões de seguidores.

Falar de religião não é fácil, pois essa discussão acaba entrando em terrenos mais pessoais como fé identidade a até mesmo cultura. O Brasil é conhecido por sua diversidade, o que é observado também no campo religioso. No CAHL não é diferente, com um total geral de alunos ativos de 1076, visível uma grande variedade também no que diz respeito à religião alunos que tentam conciliar seus conhecimentos religiosos com os adquiridos nos anos de estudo.


Palavra de Deus como centro


O estudante de história, Alfredo Pinto da Silva Junior, é católico, e afirma que sua religião tem como centro a palavra de Deus, a bíblia sagrada, e Jesus Cristo como único senhor e salvador, dando também, especial veneração a Maria, mãe de Jesus. Sua decisão de ser católico se deu por influência da mãe quando ainda era criança, mas, hoje, é uma opção pessoal, tanto é que agora considera mais católico que muitas pessoas em sua casa. Inclusive, assume muitas funções na religião: coordenador da pastoral da juventude e membro da Pastoral Universitária-PU.

Conta que já se sentiu discriminado, tanto por parte de alguns professores, quanto de estudantes que não respeitam a opção religiosa dos católicos e, até, das demais religiões. Percebe uma tentativa dos professores de mostrar uma determinada falsidade ou falta de credo da religião. Dessa intolerância religiosa demonstra o preconceito que muitas pessoas têm a respeito das crenças do outro. Diz respeitar a opção dos que se dizem ateu, porque assim como ele tem um ponto de vista e quer respeito, eles também merecem consideração, desde que haja um respeito mútuo.

Quanto aos estudos na faculdade, Alfredo acha que sua religião não atrapalha em nada, pois consegue manter sua identidade enquanto religioso, enquanto pessoa, e a competência, uma determinada imparcialidade na pesquisa científica e no respeito às convicções, crenças e ideologias diferentes e até contrárias às suas.


Coerência

Antonio Caldas, aluno de comunicação, é seguidor do espiritismo. Para ele, o espiritismo consiste basicamente na caridade humana, espiritual e material, além de acreditar que a reencarnação é a principal motivação para evolução humana, só através dela pode se reparar os erros de outras vidas. Não foi influenciado por ninguém a seguir essa religião, sua opção se deu por sentir-se bem e por lhe agradar. Mesmo freqüentando há pouco tempo, é assíduo, vai toda a semana. Encontrou no espiritismo a forma mais coerente para responder as questões espirituais.

Assim como Alfredo, Antonio também já se sentiu discriminado. Acredita que isso se dá por conta do preconceito da própria religião, por ser discriminada por pessoas que não têm conhecimento, devido à grande demanda do catolicismo. Essa religião já foi até nomeada como doutrina de louco, até por que o espiritismo não tem símbolo, e sim ícone, o que pode chocar pela interpretação bíblica. Entretanto, na Universidade não sofreu discriminação, pois não divulga sua opção, porém, diz que provavelmente sofreria, porque a Universidade é baseada nos conhecimentos científicos. Então quando a pessoa foge disso é conhecida como fraca em busca de salvação e que inventa um Deus.

Consegue conciliar muito bem os conhecimentos e os de sua religião, pois o espiritismo tem três pilares: filosofia, ciência e espiritismo, o que é benéfico para a compreensão de certos temas. As leituras do espiritismo são profundas e bem trabalhadas, por isso ajuda no seu desenvolvimento acadêmico, principalmente na prática da leitura. O espiritismo é uma religião sem dogmas, então não há tantos conflitos, ele consegue encontrar todas as respostas, até mesmo as cientificas, nos seus estudos, as questões são expostas de forma aberta, não fica preso aos símbolos, até porque o livre arbítrio é o centro para quem esta lá.


A fé como centro

Uma das representantes da religião evangélica no CAHL, Rosania Laranjeira da Silva. Vê sua religião como uma questão de fé, de experiência pessoal, mas, no geral, a definiria como um caminho de conhecer a Cristo. A religião evangélica, para ela, mostra a verdade bíblica de forma mais seria mais clara e dá a chance da pessoa interpretar e de usar a interpretação da bíblia. Mesmo não dando para dizer que não manipula, afinal de conta existem muitas discriminações, acha que a igreja evangélica não é tão manipuladora.

Decidiu ser evangélica lendo uma bíblia velha da avó. Depois de ter freqüentado o centro espírita, a igreja católica, umbanda. Nesse tempo, continuou lendo a bíblia, após visitar todas as igrejas evangélicas, escolheu uma para congregar. No mais, o que a fez ter certeza da existência de Deus e a influência dele em sua vida, foram às experiências pessoais com um Deus presente, não com um Deus distante como tinha aprendido. Aprendeu que Deus era de longe, mais ele é tão pai e tão amigo.

Nunca se sentiu discriminada, embora, nas aulas se condene a religião. Não acha certo professor fazer isso, pois em um país democrático, devemos respeitar todas as pessoas, também a religião. Por serem duas coisas bem diferentes, consegue conciliar os estudos e a religião. A fé está relacionada com o espiritual das pessoas embora muitas vezes essa manifestação seja neutralizada como, por exemplo, a cura, que era uma coisa extremamente pessoal, com reflexo de fé.

E a questão intelectual e o conhecimento não têm nada a ver com a inteligência de um ou de outro. Não tem dúvidas que as suas contribuições não vão interferir em nenhum conhecimento teórico e nem esse conhecimento em sua fé, em sua crença.


Raízes do candomblé


Já a aluna Luanda, aluna do terceiro semestre do curso de ciências sociais é adepta do candomblé. Diz que a sua religião consiste na centralidade africana e nos orixás. Escolheu seguir essa religião por opção própria. Não sofreu nenhuma influência por parte de seus familiares. Ressalta que procurava uma religião que tivesse a ver com sua história, o candomblé foi a que mais chegou próxima por ser uma religião africana.

Enfatiza que sofreu bastante preconceito na Universidade por parte dos alunos. Para ela, eles não gostam muito do candomblé devido à religião ser baseada na cultura africana e as pessoas praticantes, na sua grande maioria, serem negras. Acha isso bizarro, até mesmo porque a cidade de Cachoeira tem fortes raízes do candomblé e da cultura africana.

Na faculdade as manifestações em torno do candomblé se dão mais no campo cultural do que do espiritual, devido à grande massa de alunos católicos e evangélicos. Porém, está satisfeita no meio que esta e não se importa com os preconceitos. Diz que sua religião não atrapalha nos seus estudos, pelo contrario, ajuda principalmente nas aulas de antropologia.

Aline Sampaio
Marizangela de Sá

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

COMÉRCIO AMBULANTE É MEIO DE VIDA EM CACHOEIRA

O comércio em Cachoeira – BA está em desenvolvimento e se estendendo cada vez mais. A demanda de produtos é alta, pois com a chegada da Universidade e com a contínua visita de turistas, é necessário que esses produtos sejam suficientes para suprir a todos. Existem alguns supermercados e mercadinhos por toda a cidade, mas é impossível andar pelas ruas e não encontrar vários vendedores ambulantes. Vendem dos mais diversos tipos de produtos, desde CD’s piratas a doces caseiros.

Os ambulantes dividem espaço com os pedestres e carros, entre calçadas estreitas e ruas, tentando, de alguma forma, conquistar algum espaço onde possam colocar seus materiais de trabalho e se fixar por um tempo para conseguir algum dinheiro. Afinal, com o alto índice de desemprego, a única alternativa para essas pessoas foi recorrer ao trabalho ilegal.

A maioria dessas pessoas tem como renda apenas o que tiram durante o dia para sustentar a família, a casa. Vê-se nessa situação a Marta Santana, 38 anos, que tem uma barraca de doces caseiros e artesanais na Rua Prisco Paraíso, no Centro de Cachoeira. Marta e seu marido trabalham há mais de 20 anos apenas nessa barraca, que é de onde sai todo o sustento da casa. 



História


Há mais ou menos 20 anos, quando Marta conheceu seu marido, resolveram se juntar, mas não tinham nenhuma renda, e nem onde morar. Como a família dele já trabalhava como barraqueiros, decidiram então, montar uma barraca, que antes era na frente do Mercado, mas hoje se situa no centro.

Vendendo doces, o casal conseguiu construir a sua casa própria e criar os cinco filhos, que quando não estão estudando, ajudam na manutenção da barraca. Marta não tem graduação, nem nenhum curso técnico, mas conseguiu terminar o Ensino Médio. Tem noção da importância dos estudos na vida das pessoas, por isso, incentiva seus filhos a estudarem, para que no futuro não precisem continuar o trabalho da mãe; que consigam entrar em alguma faculdade e, posteriormente, arrumarem um emprego e possuírem um estilo de vida melhor.

Marta sempre trabalhou muito, desde pequena ajudava a mãe em casa e nunca viu de forma negativa que a mulher trabalhe. “As pessoas nunca me desrespeitaram, sempre viram com bons olhos o meu trabalho”, confirma Marta, que diz nunca ter sofrido nenhum preconceito na barraca, desde que exerce essa função, já que é mulher e ajuda a sustentar a casa. Pelo fato de ter ajudado desde nova sua família, não se imagina fazendo outra coisa que não seja trabalhar. “Não me sentiria bem vendo meu marido trabalhar e não fazer nada. Me orgulho de poder trabalhar e contribuir com o rendimento familiar”.

 “Eu e meu marido nos mantemos da barraca já tem muito tempo. A barraca nos dá uma estabilidade. Minha vida toda é isso, eu não trabalho em outra coisa. Meu esposo sempre trabalhou aqui, mas hoje está trabalhando em uma firma. Nas folgas, finais de semana e feriados ele trabalha vendendo os frios, como água, refrigerantes e cerveja nos ônibus”.

Por ser um pequeno negócio, sua demanda fica desfavorecida pela grande variedade dos supermercados, a maioria das vezes as pessoas preferem comprar nos lugares maiores a comprar na barraca. “Mas mesmo assim, tenho minha clientela, trato bem todo mundo, converso, tenho carisma. Tenho uns clientes fixos, e isso gera um ciclo de vendas suficiente para manter o sustento da família”, diz Marta sobre como sua relação com seus fregueses. Marta e sua família nunca pensaram em abrir mão do negócio. Vivem desse trabalho e se vincularam a esse modo de vida. Acostumaram-se com a condição e tentam fazer o melhor que podem para angariar mais clientes e poder melhorar um pouco a instalação da barraca.

Para se organizar, Marta pela manhã cuida da casa e da comida, e a partir das 9:30h vai para a barraca, onde trabalha até 19:00h aproximadamente. Para fazer seus pedidos, vai à Feira de Santana, e solicita algumas mercadorias e quantidades. Mas também pega outras mercadorias com locais.

A oscilação de vendas dificulta um pouco a renda, Marta explica os ajustes: “Quando é dia de feira ou início de mês, as vendas aumentam; em dias normais e final de mês, cai um pouco as vendas. Esse ritmo sempre acontece, é normal”. Esse movimento frequente acontece em todos os tipos de negócios, nos grandes, e principalmente nos menores. Marta, com sua experiência, não se assusta mais com essa agitação dos negócios, sabe os momentos de pico, e os mais escassos.

Sua barraca acompanha e de certa forma, é consequência de tudo que acontece na cidade de Cachoeira. O desenvolvimento econômico também atinge a todos que possuem até um pequeno comércio. Com a chegada da UFRB – Universidade Federal do Recôncavo Baiano – e com a instalação de mais empresas, a demanda de produtos aumentou, pois Marta além de trabalhar com seus artigos individuais, também faz pedidos em grande quantidade. Marta considera esse desenvolvimento uma coisa boa, vê o reflexo da ampliação econômica em seu trabalho.



Novos Projetos

Marta não teve muitas oportunidades. Encontrou na barraca sua única forma de sobrevivência. Mas a família tem projetos. Pretendem ampliar o negócio, através de empréstimos e com a ajuda do governo. “A gente tem dificuldade de capital de giro, que às vezes a gente não tem. Eu acho que agora vai melhorar porque com um empréstimo disponibilizado pelo governo, com juros baixos, a partir de janeiro a situação melhora. Vamos melhorar o ambiente, o físico da barraca, o estado que não está legal, está feia, mas não queremos mudar de lugar”, expõe Marta sua situação atual.

A história de Marta não é única e se repete no país e no mundo. As taxas de desemprego oscilam, no ano de 2009 no Brasil, a taxa de desemprego foi de 8,1%. Segundo o IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – em dezembro de 2009 o número de trabalhadores ocupados era de 21,8 milhões, o que aponta uma alta de 1,0% em comparação a novembro do mesmo ano. Esse dado é semelhante para a maioria das cidades do Brasil, inclusive Cachoeira.

O sociólogo britânico Anthony Giddens aponta os índices de desemprego com grande movimento no decorrer do século XX. Em seus estudos, Giddens afirma que não é fácil definir desemprego, pois não é apenas “estar sem emprego”, e “trabalho” seria um trabalho remunerado e reconhecido. Mas muitas pessoas que estão oficialmente desempregadas podem exercer funções produtivas, como pintar a casa ou cuidar do jardim. Mas, muitas pessoas, como a Marta, atuam na sociedade no comércio informal, por conta própria, outras pessoas têm emprego remunerado de meio turno, ou apenas arranjam trabalhos temporários. As oportunidades de emprego estão cada vez mais difíceis, assim como a profissionalização. Então as pessoas buscam, das mais diversas formas, um modo de subsistência.

Essa situação não é culpa de um único órgão. É o resultado de todo um contexto social e histórico que acarretou todos os erros sociais que a sociedade continua a cometer. Mas enquanto essa deficiência não é resolvida, não adianta julgar e reprimir essas pessoas, que, como Marta, passam por muitas dificuldades, como trabalhar na rua, a pouca renda, dificuldade de conseguir manter a família. Essas pessoas também devem ser respeitadas, independente da sua situação social ou do seu estilo de vida.


Bárbara da Rocha
Laís Sousa

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

RÁDIO DE SÃO GONÇALO FESTEJA 50 ANOS MUDANDO DE NOME

Em 1960 foi fundada a primeira rádio escola do Brasil pelo padre Josemir Dias Valverde, que devidamente recebeu o nome de Rádio São Gonçalo. Sintonizada na freqüência 1410 AM, tem um legado histórico de ser a primeira fundada no Recôncavo e a terceira emissora da Bahia, estando atrás da Sociedade de Salvador e a Sociedade de Feira. Dez anos após sua fundação passou a ser dirigida pelo monsenhor Hermenegildo de Castorano, aumentando sua potência de transmissão de 1 kg para 10 kg de potência.

No próximo dia 8 de dezembro a emissora completará meio século de existência marcado por grandes mudanças como a criação de um cinema que incluirá os estudantes das escolas regionais no universo cinematográfico. A rádio, inicialmente, tinha o objetivo de aproximar a igreja Católica da população, mas agora está se desvinculando da igreja e vai passar a se chamar Rádio Planeta. Segundo Ronaldo Pinto, diretor comercial, a mudança do nome está ligada ao crédito e a visibilidade da rádio em outras regiões, já que o nome São Gonçalo interioriza a mesma.

Mas essa transformação está provocando oposições na cidade de São Gonçalo, pois para alguns, como dona Antonia Pereira dos Santos, de 78 anos, ouvinte desde a década de 60, mudar o nome da rádio é apagar metade de uma história que ela representa para a cidade. E para outros a mudança é necessária, porque se ela quer expandir, aumentar seu público ouvinte, não deve prender-se ao município, principalmente carregando o nome do mesmo que a torna particular a cidade.

Segundo pesquisa encomendada pela rádio, ela obteve no último mês de outubro 92% de audiência em São Gonçalo e cidades circunvizinhas, o que é uma prova de que a ‘vovozona’ do Recôncavo é uma das mais ouvidas da região. Alcança um raio de 250 km², média esta, que segundo Ronaldo deve ser aumentada. Além disso tem um site que diariamente é atualizado e leva a rádio a 15 países.

CENTROS SOCIAIS DE CACHOEIRA ORIENTAM JOVENS A EVITAR O MUNDO DAS DROGAS


O Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) e o Projeto Camelo, patrocinada pelo grupo VOTORANTIM, são dois centros de assistência social que funcionam em Cachoeira com o objetivo de prevenir  o ingresso da juventude marginalizada no mundo das drogas.  

Embora sejam consideradas instituições recentes na cidade, o CRAS, com dois anos, e o Projeto Camelo, com um ano, vêm fazendo a diferença na vida da juventude que freqüenta regularmente as propostas oferecidas. Segundo  dados do Projeto Camelo são atendidos  70% dos 109 inscritos. Os responsáveis pelos dois projetos afirmam manter uma divulgação intensa de suas ações, por meio dos próprios alunos e das visitas dos assistentes sociais na comunidade, atendendo as demandas  instantaneamente. O acolhimento inicial é feito pelos assistentes administrativos, na presença de responsáveis, e posteriormente os jovens  são encaminhados para técnicos da referência.

AULA DE VIOLÃO CRAS
Entretanto, nenhuma das duas instituições sabe ainda como será a continuidade do trabalho realizado a partir do momento em que os jovens atingirem a idade limite definida pelo projeto para o acompanhamento. O coordenador do CRAS, José Costa, afirma não pretender deixar de acompanhá-los e dependendo do desempenho e interesse do aluno, continuar acolhendo-os na instituição. Já a coordenadora do Projeto Camelo, Ivana Rodrigues, diz que os jovens só são obrigados a sair quando o conselho tutelar e a promotoria mandam que eles saiam, pois alguns deles costumam cumprir medidas sócio-educativas para que não sejam presos.

O CRAS neste ano ganhou um espaço melhor adaptado por cobrança da fiscalização, enquanto o Projeto Camelo desde o início se estruturou num local alugado. Nos dois ambientes ocorrem atividades diárias, de segunda a sexta feira, das 8 às 17 horas. O CRAS oferece para os usuários dos programas sociais cursos de corte e costura, bordado, pintura, crochê, violão e canto, enquanto o Projeto Camelo oferece capoeira, percussão, futebol, teatro.

Segundo o coordenador José Dias, o CRAS é “um programa do governo federal que funciona como uma casa de acolhimento para comunidade, mais próximo das comunidades em situação de vunerabilidade social, onde a desigualdade social é maior, para que chegue a assistência social nessas localidades e torne mais fácil o acesso à benefícios”. O Projeto Camelo acolhe jovens de 11 a 21 anos, tem parceria com o grupo Gamge (Instituição organizacional governamental de Doutora Rita) e OPC (Curso de informática). Além de diferirem quanto a ser um projeto público e outro não-governamental, a maior diferença entre as instituições encontra-se na explicação do coordenador do CRAS, onde  “quem recebe Bolsa Família automaticamente tem direito a atividades sócio-educativas e atividades lúdicas, como o PROJOVEM, que tira o tempo ocioso de jovens de 15 a  17 anos ou  PETI, o programa de erradicação do trabalho infantil”.

A psicóloga do CRAS, Abgail Santana, salienta que o trabalho feito com aqueles jovens visa sempre fazê-los interagir e conhecer sua comunidade para que se sintam parte dela. A psicóloga ainda aponta que apesar do projeto ter a função de fazer o monitoramento da família, recadastramento, observar se encontram-se nas mesmas condições de vida ou emergiram, é difícil fazer a manutenção do quadro devido à troca de profissionais na instituição, que implicam na interação e vinculo que são criados com os jovens. Reclamação também apontada por Leonardo Marques, secretário do Projeto Camelo desde sua implantação.

AULA DE TEATRO NO PROJETO CAMELO
O coordenador e psicóloga do CRAS observam que a comunidade adotou o ambiente, valorizando e protegendo o espaço, porém ainda se registram algumas evasões dos alunos que podem ser motivadas pelo descumprimento de algumas propostas de lazer por falta de disponibilização de verba. A coordenadora do Projeto Camelo acredita que essa irregularidade se tornou maior nesse segundo semestre  e a causa pode ser atribuída à  “correria de final de ano na escola”.  No geral, os jovens têm interesse em aprender e gostam de estar nas instituições, não se importando com a distância que tenham que percorrer para estarem lá fielmente. “Alguns sabem que tem que cumprir medidas sócio-educativas, mas a maioria gosta de estar participando. O maior índice de presença é no futebol e são disponibilizados lanches para alunos de casa turno. Cada aluno tem direito a fazer duas atividades”, diz a coordenadora Ivana.

Os pais gostam que eles estejam envolvidos naqueles projetos, “é melhor que estar pelas ruas”.  Laura, 17 anos, sorri com o violão do CRAS nas mãos. A coordenadora do Projeto Camelo salienta a importância que dão ao acompanhamento dos pais nas reuniões que influenciam no apoio psicológico que será dado aos alunos a partir da descoberta dos problemas que enfrentam nos lares, mas percebe que essa interação é mínima e aumenta somente quando há alguma oferta de sorteio, brindes ou café da manhã.

“Aqui nós temos mais informações e aumenta nossa expectativa de crescer profissionalmente”, afirma a aluna do CRAS, Andresa, de 15 anos. Os adolescentes do Projeto Camelo afirmam sua felicidade com a atenção que destinavam na confecção de máscaras e no ensaio de uma das suas peças teatrais que fui convidada a assistir para comprovar seus desenvolvimentos.

 Laís Sousa

terça-feira, 23 de novembro de 2010

MATRICULA ONLINE NA UFRB AINDA ESTÁ SENDO IMPLANTADA

Na Universidade Federal do Recôncavo Baiano (UFRB) a iniciativa de adicionar a opção virtual à matrícula já foi inserida e vem sendo exercida na maior parte dos cursos do Centro de Artes, Humanidades e Letras (CAHL), com exceção dos cursos de Comunicação e História.  

A respeito da causa, interesse dos Colegiados e previsão de disponibilizar a matrícula virtual, recebemos do coordenador do CRA (Coordenadoria de Registros Acadêmicos), Anacleto Ranulfo dos Santos, a informação de que o sistema acadêmico em vigor na universidade foi adquirido quando a instituição ainda não tinha experiência e prática online. Por estar apresentando “inconsistências”, segundo ele, o sistema está passando por um processo de modificação, migrando para um novo sistema virtual.

Ainda segundo o coordenador Anacleto, para que fosse possível a disponibilização de matrícula online é indispensável que o projeto pedagógico do curso (disciplinas obrigatórias, optativas, cargas horária e complementares) esteja “100% legal” pra que, ao solicitar a matrícula, os alunos encontrem um site apto pra fornecer todas as opções necessárias.   “A CRA constatou pós-levantamento que nem todos os cursos da UFRB estavam devidamente ajustados. No primeiro semestre de 2010 foi pedido que os coordenadores revissem todos os projetos pedagógicos e dado a cada colegiado um prazo de 60 dias para que cada coordenador se pronunciasse. Nem todos se pronunciaram e dos que se pronunciaram foi feita uma avaliação pra ver se estavam em dia. Teve curso que estava em situação legal, mas não se pronunciou”, disse o coordenador do CRA.

O vice-coordenador do colegiado de História, prof. Dr. Fábio Joly, informou que a solicitação do seu colegiado já foi feita, com todos os procedimentos de projeto pedagógico em dia, porém há suspeitas de que devido ao sistema falho, a quantidade elevada de alunos do curso poderia causar problemas na rede. Assim, nada impede que com a implantação do novo sistema os alunos de História possam desfrutar da comodidade da matrícula virtual.

“Com o novo sistema, todos os cursos serão online!”, afirmou o coordenador da CRA, incentivando mais “visitas questionadoras”. O sistema ainda não estava implantado no segundo semestre de 2010, mas há garantia do CRA de que em 2011 já esteja funcionando. “Por isso que todos os cursos estão se ajustando pedagogicamente, porque o curso que não estiver legal não terá matrícula”, diz Anacleto.

Laís Sousa

TERRITÓRIOS DA FICÇÃO DISCUTE LITERATURA BAIANA

Os alunos do curso de Comunicação Social da UFRB – Universidade Federal do Recôncavo da Bahia realizam até o dia 09 de dezembro de 2010 o Territórios da Ficção – Literatura Brasileira no Século XXI. O evento, que acontece desde o dia 22 de novembro de 2010, é produto final da disciplina optativa Literatura Brasileira, ministrada pelo professor Carlos Ribeiro e reúne autores para discussão de diversos gêneros da literatura baiana.

Além da participação dos autores estudados ao longo do semestre, o Territórios da Literatura contará com o lançamento, exposição e venda de livros desses autores e com apresentação de trabalhos dos alunos. O evento, que é gratuito e aberto a toda comunidade, acontecerá no auditório da Fundação Hansen Bahia e no auditório do CAHL – Centro de Artes, Humanidades e Letras da UFRB, na cidade de Cachoeira - Bahia.

Confira abaixo a programação completa.

22/11(Segunda-feira) - Auditório do Hansen – Állex Leilla e Marcus Vinícius Rodrigues – Território 01 – Espaços da intimidade

14h - Comunicações:
  • Janaína Ezequiel França: O sol que a chuva apagou / Állex Leilla
  • Gabrielle Alano Carcavilla: 3 vestidos e meu corpo nu / Marcus Vinícius Rodrigues
  • Jana Cambuí Alves Lima: Vestígios da Senhorita B / Renata Belmonte
  • Gabrielle Alano Carcavilla: Laços de família / Clarice Lispector
15h - Depoimentos:
  • Marcus Vinícius Rodrigues
  • Állex Leilla
16h - Debate

29/11 (Segunda-Feira)Auditório do Hansen – Mayrant Gallo e Aleilton Fonseca – Território 02 – De agora e de ontem: recortes ficcionais

14h - Comunicações:
  • Perivaldo Costa Pinto Júnior: O inédito de Kafka / Mayrant Gallo
  • Roberval Miranda de Santana: O pêndulo de Euclides / Aleilton Fonseca
  • André Gustavo de Souza Cardoso: Essa terra / Antonio Torres
  • Taísa Agatha Costa da Silveira: Os bandidos / Aramis Ribeiro Costa
15h - Depoimentos:
  • Aleilton Fonseca
  • Mayrant Gallo
16h – Debate

06/12 (Segunda-feira) - Auditório do Hansen – Ruy Espinheira Filho e Carlos Barbosa – Território 03 – memória e política

14h - Comunicações:
  • Tiago Santos de Sant´Ana: Beira de rio, correnteza / Carlos Barbosa.
  • Diogo Silva de Oliveira: De paixões e vampiros: uma história do tempo da era / Ruy Espinheira Filho.
  • Diogo Silva de Oliveira: Sargento Getúlio / João Ubaldo Ribeiro
  • Alanna Oliveira Santos: O que é isso, companheiro? / Fernando Gabeira
15h - Depoimentos:
  • Carlos Barbosa
  • Ruy Espinheira Filho
16h - Debate

09/12 (Quinta-feira) - Auditório da UFRB – Ordep Serra – Território 04 – o real e o fantástico: zonas limítrofes
14h - Comunicações:
  • Roberval Miranda de Santana: Sete portas / Ordep Serra
  • Lorena Santos Souza: O visitante noturno / Carlos Ribeiro
  • Alisson Gutemberg da Silva Souza: Sombras de reis barbudos / José J. Veiga
  • Caroline de Oliveira Silva: O invasor / Marçal Aquino
15h - Depoimentos:
  • Ordep Serra
16h - Debate

Celina Pereira